sexta-feira, 20 de maio de 2011

Pofessores da Capital Cearense ainda continuam em GREVE

Programação da mobilização dos Professores de Fortaleza:



Fonte: Portal SINDIUTE

Natalia Zuazo e Mirta Castedo falam sobre produção de textos no Twitter

Pesquisadoras da Universidade Nacional de La Plata, na Argentina são pioneiras na investigação das possibilidades didáticas sobre o uso do Twitter como ferramenta pedagógica para trabalhar a produção de textos

No artigo Culturas Escritas y Escuela: Viejas e Nuevas Diversidades, as pesquisadoras Natalia Zuazo e Mirta Castedo argumentam que o Twitter é uma ferramenta tecnológica que permite trabalhar com versões reduzidas de diferentes gêneros textuais, como notícias e contos, escritos em até 140 caracteres.
Na entrevista a seguir, as pesquisadoras falam sobre a produção de microcontos no site, comentam as intervenções do professor nesse processo e abordam a relação imediata entre autor e leitores, que caracteriza as publicações na rede social.

1. Vocês costumam falar sobre as possibilidades de interação entre o leitor e os autores na Internet. Isso também acontece no Twitter?

NATALIA ZUAZO - Sim. No Twitter temos uma visão muito clara do autor. Ele escreve em primeira pessoa, vemos sua foto, o dia e a hora em que escreve. A ferramenta permite uma interação imediata, não editada, que vai construindo conjuntamente a história. E como isso contribui com o trabalho em sala de aula?

MIRTA CASTEDO - Depende do trabalho planejado. Se você propõe que a turma siga um autor, é relevante saber quem diz o quê, como ele está mudando ou mantendo o que diz. Se a proposta é seguir um tema, o foco será a argumentação. Se o trabalho é com uma seleção de tuítes literários, vale comparar os recursos da ferramenta com outros contos breves de autores consagrados. Talvez seja possível descobrir que alguém escreve como Monterroso [escritor guatemalteca, autor de "A ovelha negra e outras fábulas"] ou como em alguns contos breves de origem oriental.

2. É possível trabalhar os conteúdos de Língua Portuguesa utilizando o Twitter em escolas sem computadores ou acesso à Internet?

NATALIA - Além da plataforma, que funciona como uma mistura de blog (porque publicamos textos cronologicamente, sempre com o mesmo autor) e de rede social (porque seguimos e somos seguidos pelos outros), faz parte da natureza do Twitter o imediatismo da publicação - escrevemos, publicamos e somos lidos, instantaneamente. Esse imediatismo condiciona a forma como os tuítes são concebidos. Por isso, não sei se faz muito sentido escrevê-los off-line e depois publicá-los quando tivermos acesso a um computador. No suporte online, a construção da história também se dá pelas interações com outras pessoas, que se misturam com o que escrevemos. Se não estamos online para ir construindo as histórias, um recurso importante da plataforma é desperdiçado.

MIRTA - Não podemos esquecer que uma escola é uma escola. Isso significa que o grau de transformação das práticas sociais de referência na escola varia em função dos propósitos de ensino. Por isso, é indispensável mergulhar na prática e, depois, quando já se conhece a prática, o professor pode "parar" a ação para analisá-la. Nesse caso, tanto faz estar online ou não, porque é possível trabalhar com a análise de tuítes, sem produzi-los em tempo real.

3. É importante estudar modelos de microcontos antes de se começar o trabalho?

NATALIA - Acho que é preciso estudar que características tornam um microconto bom. O Twitter oferece boas oportunidades para se estudar o gênero, sua história e ler contos curtos.


MIRTA - Colocamos os alunos para produzir e, ao fazermos isso, ajudamos a turma a refletir sobre "como se faz", "por que", "sob quais condições", "quais são os efeitos" etc. Dessa forma, construímos modelos de produção e modelos de produtos. Não se trata apenas de mostrar e de explicar, mas de fazer (ler, escrever, responder, contra-argumentar) e refletir sobre o que se faz. Algo muito importante nesse contexto é fazer comparações: comparamos os tuítes com os relatos mínimos em papel preexistentes; a ironia no tuíte com a ironia em uma nota de jornal; a metáfora do tuíte com a da lírica. Porque o tema em questão não é somente o Twitter, mas a cultura escrita.

Fonte: Revista Nova Escola

O piso salarial é apenas o primeiro passo

Ainda que o salário-base tenha reduzido desigualdades, a valorização da docência exige melhorar as condições de trabalho e a formação



A informação de que o piso salarial dos professores para 2011 foi fixado em 1.187 reais para uma jornada de 40 horas é dessas notícias do tipo copo meio cheio, meio vazio. Meio cheio porque o índice de reajuste, de 15,9%, foi bem superior à inflação do ano passado (5,9%). E porque até 2008 o Brasil não possuía nenhuma lei nacional que regulamentasse um vencimento mínimo aos docentes. Meio vazio porque... bem, convenhamos, ainda não se trata de um vencimento compatível com a responsabilidade da tarefa de ensinar. Aliás, nem com a média do mercado, já que outras profissões que exigem formação semelhante pagam muito mais. E porque, num contexto em que as condições de trabalho são precárias, e a formação, deficiente, não parece realista acreditar que aumentos salariais levarão, sozinhos, à recuperação do prestígio e da atratividade da carreira docente.

Para começo de conversa, é preciso esclarecer que nunca existiu um passado idílico em que os educadores eram respeitados, lecionavam em escolas de excelente infraestrutura e ganhavam bem. Se a valorização social foi, pelo menos até a década de 1960, uma realidade, o mesmo não se pode dizer acerca dos bons salários. O Brasil já nasceu pagando mal seus mestres. A primeira Lei Geral do Ensino, decretada por dom Pedro I em 1827, estabelecia que eles deveriam receber pelo menos 25 mil-réis mensais - um terço do que ganhava um feitor de escravos e, em valores de hoje, algo em torno de 930 reais.

No século seguinte, a situação melhorou e o salário médio se aproximou dos 2 mil reais (valores corrigidos) na década de 1950, não muito distante do que ganha, hoje, um educador com Ensino Superior (média de 1.788 reais, em 2009). Entretanto, a universalização do ensino, ocorrida entre os anos de 1970 e 2000, exigiu a contratação de uma massa de profissionais sem a formação adequada, que iniciou na função recebendo bem menos do que os graduados (o salário de um docente com Ensino Médio estava em torno de 1.162 reais em 2009). Isso derrubou a média salarial da categoria. O que já não era grande coisa ficou ainda pior porque os investimentos governamentais não cresceram na mesma proporção do número de alunos que passou a frequentar a escola, deteriorando o ambiente de ensino e afugentando, de vez, os profissionais mais bem qualificados para a docência.

Fonte: Revista Nova Escola

domingo, 8 de maio de 2011

Formação e piso são ações para valorizar carreira docente

A valorização dos profissionais da educação é defendida de forma permanente pelo Ministério da Educação e faz parte das diretrizes do projeto de lei do novo Plano Nacional de Educação (PNE 2011-2010), que tramita no Congresso Nacional desde dezembro de 2010.
O Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor) é uma das ações do MEC com objetivo de valorizar os professores. Por meio do Parfor, professores em exercício em escolas públicas que não possuam formação adequada à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/1996) têm acesso a cursos superiores gratuitos que incluem todas as licenciaturas das áreas de conhecimento da educação básica, nas modalidades presencial e a distância.
Coordenado pela Capes, o Parfor oferece cursos de primeira licenciatura para professores sem graduação, de segunda licenciatura para licenciados que atuam fora de sua área de formação, e de formação pedagógica, para bacharéis sem licenciatura. O plano é realizado em parceria com secretarias de educação estaduais e municipais e instituições públicas de educação superior, que recebem recursos adicionais do MEC, para esse fim.
O Programa de Consolidação das Licenciaturas (Prodocência) é outra medida adotada pelo MEC que contribui para o reconhecimento do trabalhador do magistério. Voltado a instituições federais, estaduais e municipais de ensino superior que possuam cursos de licenciatura, o programa da Capes contribui para a elevação da qualidade dos cursos de licenciatura, por meio de fomento a projetos institucionais no sentido de valorizar a formação e reconhecer a relevância social dos profissionais do magistério da educação básica.
Já o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), também da Capes, oferece bolsas de iniciação à docência a alunos de licenciatura, para que desenvolvam projetos em escolas de educação básica. O Pibid também oferece bolsas a coordenadores e supervisores responsáveis pelo programa nas instituições.
Outra iniciativa voltada ao fortalecimento do magistério é a concessão de bolsas de mestrado profissional a distância para professores da educação básica de escolas públicas. As bolsas são concedidas pela Capes, no âmbito da Universidade Aberta do Brasil (UAB).
Piso salarial - Para o Ministério da Educação a valorização do professor passa fundamentalmente pela adoção de um piso salarial nacional adequado à carreira docente. No dia 6 de abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou constitucional o piso salarial nacional do magistério, atualmente no valor de R$ 1.187,14. A decisão do STF decorre da análise da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4.167, ajuizada em outubro de 2008 pelos governos do Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará. Por oito votos a um, o Supremo considerou a constitucionalidade da lei e manteve o entendimento de que o valor deve ser considerado como vencimento básico. A Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008 (Lei do Piso), prevê a adaptação gradual de estados e municípios à remuneração do professores, além de suplementação da União, em caso de necessidade.
A chamada Lei do Piso (nº 11.738/2008) prevê a adaptação gradual de estados e municípios à remuneração do professores. A legislação prevê, ainda, que a União suplemente os recursos, quando necessário. O estabelecimento do piso nacional do magistério é uma das conquistas dos professores.

Fonte: Portal do Professor

Tempo integral - Programa Mais Educação conta com adesão de 15 mil escolas


Este ano, 15.018 escolas públicas do país passam a oferecer educação integral, por meio do programa Mais Educação, do Ministério da Educação. Do total, 5.256 participam do programa pela primeira vez. Todas as novas escolas são de ensino fundamental.

Desde a criação do Mais Educação, o número de estudantes atendidos em tempo integral em escolas públicas é crescente. Passou de 386 mil, em 2008, para 2,2 milhões, em 2010; este ano, 3 milhões de alunos poderão estudar em escolas de educação integral. A estimativa de recursos aplicados é de R$ 574 milhões.  

O principal objetivo do programa é oferecer mais espaços e oportunidades de aprendizado aos estudantes da educação básica. As atividades fomentadas pelo Mais Educação foram organizadas em dez macrocampos: acompanhamento pedagógico; educação ambiental; esporte e lazer; direitos humanos em educação; cultura e artes; cultura digital; promoção da saúde; comunicação e uso de mídias; investigação no campo das ciências da natureza, e educação econômica.

Funcionamento – Para participar, as escolas elaboram um plano de atendimento e recebem recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE-Escola) para desenvolver atividades com os estudantes. O dinheiro é depositado na conta da escola, em cota única, para aquisição de materiais, custeio de atividades e pagamento de transporte e alimentação dos monitores.

Em média, cada escola recebe R$ 37 mil, para aplicar nos 10 meses letivos. O cadastro dos alunos é que determina o valor do repasse. A inclusão de dados é feita no Sistema de Informações Integradas de Planejamento, Orçamento e Finanças do MEC (Simec). Após a avaliação, pelo ministério, de cada plano de atendimento das escolas, os gestores devem acessar o Simec para gerar o plano geral consolidado de seu município e ou estado e enviar para a coordenação do Mais Educação, via correios, o documento devidamente assinado.

Professores do Município de Fortaleza em GREVE

Veja programação da mobilização e encontros da categoria:


Fonte: SINDIUTE - Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação - Fortaleza / Ceará