quarta-feira, 30 de novembro de 2011

UM QUINTO DOS ADOLESCENTES BRASILEIROS ESTÁ FORA DA ESCOLA, DIZ UNICEF

Em seu primeiro relatório sobre a situação dos adolescentes brasileiros, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância na sigla em inglês) informou nesta quarta-feira (30) que 20% dos jovens entre 15 e 17 anos de idade estão fora da escola, em uma faixa etária que abrange quase todo o ensino médio. Já entre as crianças entre 6 e 14 anos de idade vivem situação bem menos crítica, com menos de 3% sem estudar.

O documento leva em conta a evolução dos indicadores sociais entre 2004 e 2009, com foco na população de 21 milhões de pessoas – o equivalente a 11% da população brasileira – entre 12 e 18 anos. De acordo com o Unicef, esse retrato é único porque “as projeções demográficas mostram que o Brasil não voltará a ter uma participação percentual tão significativa dos adolescentes no total da população”.

A representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier, e de seu futuro sucessor, Gary Stahl, sugeriram que o governo federal monte um plano específico no Plano Nacional de Educação para os adolescentes fora da escola, para os que correm risco de desistirem e para os retidos no ensino fundamental. A entidade também cobrou a produção de dados, estatísticas e informações sobre o grupo de 12 a 17 anos de idade.

A entidade ligada à ONU informou que dos dez indicadores avaliados entre 2004 e 2009, oito tiveram avanços, mas o de extrema pobreza retrocedeu e o de homicídios “manteve-se estável em um patamar preocupante” no ano retrasado. A taxa de mortalidade de jovens de 15 a 19 anos era de 43,2 para cada 100 mil, enquanto a média geral era de 20 homicídios/100 mil.

Questão racial

O relatório também indicou que um adolescente negro tem quase quatro vezes mais risco de ser morto que um branco. Um jovem indígena tem o triplo de chances de ser analfabeto que os adolescentes em geral. “Nós estamos aqui para desconstruir um preconceito”, disse Poirier, do Unicef. “Queremos propor um novo olhar, que reconheça que os adolescentes são um grupo em si. Não são crianças grandes, nem futuros adultos. São sujeitos, com direitos específicos.”

Com base nisso, o Unicef também sugeriu “o fortalecimento das políticas públicas universais com foco específico na adolescência e um foco ainda mais específico nos adolescentes mais desfavorecidos (adolescentes afro-brasileiros, indígenas, adolescentes com deficiência e aqueles que vivem nas comunidades populares das grandes cidades, no Semiárido e na Amazônia)”.

Fonte: Portal UOL Educação

PROFESSORES ESTADUAIS DO CEARÁ FECHAM ACORDO COM GOVERNO

Proposta do Executivo prevê aumento de 15% para toda a categoria. O projeto deve ser votado no próximo mês

Após encontro entre representantes do Sindicato dos Professores do Estado do Ceará (Apeoc) e o chefe do gabinete do governador, Ivo Gomes, foi decidido sobre o projeto de lei com as reivindicações da categoria a ser enviado à Assembleia Legislativa. A previsão é que a proposta seja votada em dezembro, em regime de urgência.

O projeto do Governo propõe aumento salarial de 15% para toda a categoria da rede estadual, sem exceção, sejam efetivos, temporários, aposentados ou pensionistas.

Segundo a proposta, o reajuste de 15% será implantado em duas parcelas: a primeira, de 7,5%, retroativa desde o dia 1º de novembro; e a segunda, com o restante, valeria a partir de 1º de janeiro. O projeto prevê também que professores com mestrado receberão gratificação adicional de 10% e com doutorado terão um aumento extra de 30%. O governo propôs ainda o aumento progressivo da parcela dos recursos do Fundo da Educação Básica (Fundeb), destinada ao pagamento de salários.


 Acerto


Segundo Penha Alencar, membro da diretoria da Apeoc, a proposta do Executivo atende aos pedidos reivindicados pela categoria, que decidiu na última sexta-feira pelo não retorno à greve que estava suspensa. "Já deu tudo certo. Estamos agora aguardando que a mensagem seja transmitida e votada o mais breve possível", destaca.

Nesta quarta-feira, acontece reunião entre a Secretaria da Educação (Seduc), a Procuradoria Geral do Estado e a Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag) para elaborar a matéria e encaminhar ao Executivo. Está marcado também para hoje encontro entre o sindicato, a Seduc e professores da 3ª convocação do concurso de 2009.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

QUE TIPO DE MOTIVAÇÃO OS PROFESSORES PODEM PROCURAR NA SUA MISSÃO?

O Brasil precisa de Professores de Alta Performance para alçar a Educação do vergonhoso 53º lugar entre os 65 países rankeados  pelo Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), de 2010, para o lugar que o país, pelo seu PIB, merece - por estar em 8º lugar entre todos os países do mundo, conforme o Fundo Monetário  Internacional.

Alta Performance é uma diretriz de vida que eu desenvolvi para qualificar e quantificar o desempenho pessoal ou de equipe em qualquer atividade: fazer o melhor possível; pensar o melhor possível e avaliar comparativamente os resultados. 

Fazer o melhor possível é um critério muito subjetivo, pois é natural que as pessoas de boa vontade e cumpridoras do seu dever acreditem que estejam fazendo o melhor que elas conseguem. O ser humano não sente falta do que não conhece e arca com as consequências desta ignorância. A acomodação no resultado atingido não lhe favorece dar o passo além. Ele marca passo na satisfação e deixa de progredir. Tudo vira rotina sem fim. Assim, não vê a hora de acabar com isso, aposentar-se, mudar de vida... É preciso fazer uma autoavaliação, descobrir o erro, corrigi-lo para dar um passo e buscar a Alta Performance para não cair na passividade depressiva da Baixa Performance.

Os resultados das nossas ações dependem 10% do acontecimento em si e 90% da maneira como reagimos a ele. Pensamentos depressivos, negativistas, pessimistas e de baixa autoestima influem diretamente no comportamento das pessoas. Se pensar o que não puder falar, então precisa, ativamente, melhorar o pensamento. Esta mudança é a escolha que está ao alcance de qualquer pessoa. É desta área que partem a ética, a religiosidade, a espiritualização, a empatia, a solidariedade, a compaixão, a sustentabilidade...

Mesmo que estejam excelentes nas ações e nos pensamentos, são os resultados comparativos com seus pares que fazem com que as pessoas possam ter as dimensões quantitativas e os valores qualificativos finais.

Professores que anseiam pelas férias, que aguardam a aposentadoria para fazerem depois o que quiserem, que trocariam de emprego sem pestanejar, cujo caminho de ida à escola é longo, penoso e angustiante, que gostam de tudo menos dos alunos, que dão exatamente as mesmas aulas há 3 anos, que bufam pelas ventas durante as aulas, não podem estar apresentando Alta Performance, porque, sem dúvidas, os seus alunos devem estar com estes mesmos sentimentos e sensações, resultando em sofrível aprendizado.

As causas desta falência podem ser várias mas, sem dúvida, as principais são a falta de conhecimentos atualizados da matéria, ou dificuldade de recursos materiais, ou até mesmo a falta de motivação dos alunos para aprender.

Na maioria das vezes isso ocorre porque o que era bom foi se desgastando e não foi sendo preenchido com atualizações do passo além e entraram da depressão da mesmice, do marcar passo. Talvez nem sejam o seu corpo nem sua mente que precisem de férias, mas sim a sua vida que necessite urgente de atualização, de sangue novo, de oxigênio de vida...  Todo o descanso sem foco nem buscas das correções dos erros desaparece nos primeiros dias de aula e surge a imensidão do ano que não tem mais fim...

O professor poderia fazer destas férias a virada da sua vida, da insatisfação para a excelência, buscando caminhos que alcem esta performance baixa que acaba produzindo metástases em outras áreas. O simples descansar pode aliviar, mas a tendência natural de tudo o que se abandona é piorar com o tempo, inclusive a própria qualidade de vida.

Texto: Içami Tiba

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

COMISSÃO REJEITA NOVA REGRA PARA REAJUSTE DO PISO NACIONAL DE PROFESSORES

A Comissão de Finanças e Tributação rejeitou na quarta-feira (23) o substitutivo do Senado ao Projeto de Lei 3776/08, do Executivo, que estabelece nova regra para o reajuste do piso salarial nacional dos professores da educação básica da rede pública. Atualmente, o piso é de R$ 1.187,97 por mês, para 40 horas semanais.

De acordo com a Agência Câmara, conforme o substitutivo, além de garantir o aumento decorrente do percentual de crescimento da receita do Fundeb, o reajuste anual não poderá ser inferior à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior. O substitutivo também altera o mês para a concessão do reajuste, que passa de janeiro para maio.

O relator na comissão, deputado José Guimarães (PT-CE), votou pela incompatibilidade e inadequação financeira do substitutivo do Senado. Ele argumentou que o reajuste proposto pela casa revisora deixa de considerar a capacidade financeira dos entes da Federação.

“A nova regra proposta pelo Senado pode fazer com que a União tenha que assumir o ônus de complementar a parte do Fundeb nos casos em que os entes federativos não tenham disponibilidade orçamentária para cumprir o valor fixado”, argumenta Guimarães.

O relator afirma ainda que o substitutivo está em conflito com o que determina a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF - 101/00), por deixar de estimar o impacto orçamentário e de demonstrar a origem dos recursos para o seu custeio.

Guimarães defendeu o texto aprovado anteriormente pela Câmara, que vincula o reajuste apenas à variação acumulada do INPC nos últimos 12 meses.

A proposta será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e depois segue para o Plenário.

Fonte: Portal Nota 10

ÁFRICA DO SUL: BELEZA EXÓTICA E BAIXOS CUSTOS ATRAEM ESTUDANTES BRASILEIROS AO PAÍS

AFP

A escolha da África do Sul como destino para aprender inglês pode parecer exótica para alguns brasileiros, mas o país já está entre as dez principais rotas educacionais, segundo informações da Belta (Brazilian Educational & Language Travel Association) -considerada pela Language Travel Magazine, por dois anos consecutivos, a melhor associação de agentes de intercâmbio do mundo.

O sistema educacional da África do Sul vem se reestruturando desde o fim do "apartheid" (separação de raças) no país. "Nos últimos cinco anos, o governo sul-africano tem investido muito em educação, mas só agora está expondo isso ao mundo", explica o diretor financeiro da Belta, César Bastos. "A qualidade do ensino no país ainda não é conhecida por grande parte dos brasileiros, que só tem notícias de suas belezas naturais e seus problemas sociais".

Com paisagens exuberantes e clima semelhante ao do Brasil, o país tem se mostrado uma boa opção para estudantes que buscam mais do que aprender uma segunda língua. No nível de pós-graduação, muitos estudantes brasileiros optam pelo país por causa das pesquisas em áreas relacionadas à epidemiologia de doenças tropicais e reestruturação urbana.

O câmbio favorável e o custo de vida acessível têm ajudado o país a se popularizar entre os estudantes brasileiros. Além disso, estudar na África do Sul é mais barato se comparado aos destinos tradicionais, como os
Estados Unidos e a Inglaterra. "Em média, o aluno paga US$ 1.200 por um curso de quatro semanas na África do Sul. Esse preço sobe para US$ 1.300 no Canadá, US$ 1.900 nos Estados Unidos e cerca de US$ 2.000 na Inglaterra", aponta Bastos.

A facilidade de entrada é um outro atrativo do país. Para estudar na África do Sul por até 90 dias, os brasileiros não precisam de visto. Porém o estudante que deseja visitar o país deve estar ciente de que é preciso tomar vacina contra a febre amarela. Os tratamentos médicos são pagos no país. Por isso, recomenda-se fazer um bom seguro de saúde antes de sair do Brasil.

Aprendizado rico

O país tem onze línguas oficiais (inglês, africâner, zulu, xhosa, isindebele, northern sotho, southern sotho, isiswati, tsonga, tswan e venda). O inglês, falado em todas as províncias, é a língua usada para negócios.

O aprendizado não se restringe ao horário das aulas. A versatilidade cultural da África do Sul oferece a possibilidade de conhecer animais raros e diferentes aldeias. Nas principais cidades e vilas, encontram-se mercados de rua com arte africana de diferentes estilos, além de centros comerciais que funcionam como zona de lazer, a exemplo do Victoria e do Alfred Waterfront, nas docas da Cidade do Cabo.

Em Pretória, capital administrativa do país, há prédios modernos e construções elegantes de influência européia. Na reserva de Kruger Park -a mais famosa-, há centenas de espécies de pássaros e animais selvagens, como búfalo, elefante, leão, leopardo e rinoceronte. No país, podem-se ver também as impalas, zebras, girafas, hipopótamos e plantas que não são encontradas em outras regiões.

Durban, principal cidade da Província de Kwazulu-Natal, é um importante porto do Oceano Índico. A cidade é jovial e descontraída, com várias opções de restaurantes e bares de frente para o mar. A Cidade do Cabo -uma das regiões mais bonitas do país- tem clima agradável e flora exuberante. É nessa região em que são produzidos os melhores vinhos sul-africanos.

A África do Sul tem três capitais: Pretória (administrativa), Cidade do Cabo (legislativa) e Bloemfontein (judiciária). No total, o país tem hoje 44,7 milhões de habitantes.
Fonte: Portal UOL Educação

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

VIROU ROTINA ALUNO ARMADO EM ESCOLAS CEARENSES

Aluno dispara dentro da sala de aula em Fortaleza, diz Escola.


Uma estudante de 14 anos foi atingida por um tiro disparado por um colega dentro da sala de aula na manhã desta segunda-feira (21) em uma escola pública de Fortaleza, no Bairro Messejana. De acordo com funcionários da escola Aluízio Barros Leal, um aluno levou o revólver para a escola e disparou acidentalmente quando mostrava a arma para uma colega.
A aluna ferida foi transferida para o Hospital Edmílson Barros de Oliveira, o Frotinha de Messejana, e espera atendimento. De acordo com o hospital, a unidade tem apenas um cirurgião nesta segunda-feira, que estava em horário de almoço quando a estudante chegou.
Ainda de acordo com o hospital, o tiro pegou de raspão na orelha da garota e “aparentemente não é nada grave”. O hospital informa também que ela vai ser avaliada e deve fazer uma pequena cirurgia na orelha atingida.
A diretoria da escola informou que o acidente ocorreu durante o turno da manhã e que as aulas ocorrem normalmente no período da tarde. A escola diz também que vai reforçar a fiscalização para evitar que alunos entrem armados na escola.
Fonte: Portal G1.com

O MEDO QUE TORNA A ESCOLA VAZIA


Pela violência, a escola vem perdendo seu sentido mais digno: o de bem formar cidadãos para uma sociedade da paz


"O segredo é fazer amizade com os alunos mais problemáticos e conhecer um pouco a realidade do entorno da escola", resume um professor de matemática da rede municipal de ensino de Maracanaú e da rede estadual de Fortaleza. Na profissão há 12 anos, ele conhece os riscos do magistério e a violência que ronda as escolas. Vem tentando cumprir seu ofício “com jogo de cintura”, numa rotina calejada por vivências contrárias ao que, teoricamente, deveria ser o dia a dia de uma instituição de ensino.

Reflexivo, ele conta as diversas histórias de insegurança e temor que permeiam a carreira. “Já quebraram o para-brisa do meu carro e fui ameaçado de morte por ter comunicado à direção a situação de alunos bêbados que atrapalhavam minha aula. Já ensinei chefe perigoso de tráfico, que eu deixava sair quando quisesse da sala. Para ele, dava a nota que ele precisasse, mesmo não sendo a realidade. Só não passou, porque o tráfico matou antes. Tem escolas que a gente até evita dar aula perto da janela, com medo de ‘bala perdida’, como eles dizem quando ameaçam a gente”, relata.

Não existem estatísticas formais, no Estado, sobre violência nas escolas. No Ceará, oito casos ganharam maior repercussão e assustaram a população, neste ano. É pela experiência que o presidente do Sindicato dos Professores e Servidores no Estado do Ceará (Apeoc), Anísio Santos de Melo, arrisca palpites. “São cerca de 15 denúncias por mês que recebemos sobre diversas situações que o professor e a escola, como um todo, sofrem”. Segundo Anísio, elas se referem a ameaças e agressões de alunos contra professores, porte e uso de armas, consumo de drogas, furtos e assaltos, e violência contra o patrimônio. “É triste ver que a escola, hoje, é também território do crime, como estamos reféns das drogas, do tráfico”, lamenta.
 
Vítimas e algozes

Acuado, o professor, seja de escola pública ou particular, hoje, se vê à mercê do medo e da indisciplina dos estudantes, principalmente, do ensino médio. Jovens professores saem da faculdade despreparados diante da realidade que os frustra e os desmotiva para um trabalho mais eficiente de preparação dos estudantes. Diante de uma gestão que não adota medidas de socialização e maior envolvimento escola-família-aluno, a violência, que vem de fora, entra na escola, sem empecilhos.

O ponto de vista é defendido pela professora universitária Abniza Pontes de Barros Leal. Docente de cursos de formação de professores, da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e Faculdade Integrada do Ceará (FIC), ela avalia que há uma distância prejudicial muito grande entre a formação e a prática dos professores. “Hoje, eles precisam ser pais, mães, psicólogos, assistentes sociais. Grande parte dos alunos chega à escola sem uma boa formação familiar, sem educação, sem limites. Sem ter como dar conta sozinha da responsabilidade de educar, a escola abarca meninos e meninas vítimas, que logo se tornam algozes”, relata.

Abniza enxerga a violência moral, imputada por crianças e jovens, entre eles próprios e ao professor, como a pior que existe no ambiente escolar e a que mais permite a entrada de tantos outros malefícios sociais nas salas de aula. “A violência moral agride valores particulares, vai contra a ética de cada um. Isso fragiliza toda a escola. É pela boa gestão que se começa a barrar essa violência. É preciso termos consciência que é pela violência moral que vem o desrespeito à sala de aula e os outros tantos casos de violência que nos assombram hoje. Perde-se, nisso tudo, o objetivo maior da escola que é formar para a cidadania”, defende.

Com o olhar esperançoso de quem “veio da escola pública e venceu”, o professor de matemática parece entender e perdoar seus aparentes carrascos. “Esses meninos não são carentes só de família, mas de Estado também. Não tem lazer onde moram. Para eles, a escola perdeu mesmo seu objetivo e passou a ser o ponto de encontro com o outro. É lá, onde pedem a atenção que nunca veio, e a violência deles é reflexo disso”, reflete. De maneira enfática, ele relembra por que vale a pena acreditar e investir na educação. “Minha maior alegria é saber que ex-alunos estão na faculdade, conseguiram se dar bem na vida”.


Violência nas escolas

2010

 
25/3, em Sobral – Um adolescente foi morto no Centro de Educação de Jovens Adultos Cecy Cialdini. Foi atingido por disparos na cabeça.
 
19/3, em Fortaleza - B andidos entraram em escola no Passaré, durante comemoração do dia das mães, renderam e assaltaram pais, alunos e professores.
 
8/6, em Aquiraz -Cinco assaltantes invadiram a Escola Municipal Maria de Castro Bernardo e levaram 22 notebooks .
 
5/10, em Fortaleza – Estudante foi baleada por um colega no Bom Jardim.
 
5 /10, em Maracanaú - Vigilante e professor foram rendidos, ameaçados e espancados por quatro homens.
 
2011

28/3, em Fortaleza – Jovem de 19 anos foi assassinado dentro de escola no bairro Prefeito José Walter.
4/5, em Fortaleza – Jovem de 23 anos foi assassinado dentro da Escola Joaquim Alves, no bairro Panamericano.
 
26/5, em Caucaia - Um aluno da Escola Luiza Correia Sales, na praia da Tabuba, tentou agredir com um canivete uma professora.

21/6, em Fortaleza – Adolescente de 17 anos foi assassinada e outra ficou ferida após briga com colega de sala, dentro da sala de aula, no Curió.
 
13/9, em Maracanaú -Professores e alunos da escola Maria de Lourdes da Silva foram assaltados dentro da sala.
 
9/11, em Aquiraz - Estudante de 14 anos ameaçou, com um estilete, o diretor de uma escola pública no distrito de Tapera, em Aquiraz.
 
9/11, em Fortaleza - Uma jovem de 16 anos, no Montese, foi flagrada na sala de aula com 50 papelotes de cocaína.

Fonte: Portal O POVO

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

MEC VAI SUSPENDER AUTORIZAÇÃO PARA 50 MIL VAGAS EM CURSOS SUPERIORES

O ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira (17) que 50 mil vagas em cursos superiores serão suspensas por apresentaram notas abaixo de 3, segundo o IGC (Índice Geral de Cursos) e o CPC (Conceito Preliminar de Curso), indicador que leva em conta a nota dos alunos no Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) e outros indicadores como infraestrutura e qualidade do corpo docente. O índice é elaborado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais).


O anúncio é um alerta às 683 instituições de ensino superior com notas entre 1 e 2, que não cumpriram os requisitos estipulados pelo Inep de perfil do corpo docente, infraestrutura da faculdade e do projeto político pedagógico. A escala vai de 1 a 5.

"Algumas [instituições] estão perdendo hoje a autonomia e não podem mais abrir cursos sem autorização prévia do MEC. Queremos que o sistema continue em expansão, mas com freio nos cursos ou instituições com problemas de qualidade", afirmou Haddad.

“A medida incide basicamente nos cursos da área da saúde e de contábeis e administração”, afirmou o secretário de regulação e supervisão do ensino superior, Luis Massonetto.
Foram avaliadas 2.176 universidades, faculdades e centros universitários.

 

IGC e CPC

O IGC (Índice Geral de Cursos) é um indicador utilizado pelo MEC com pontuação variável de 1 a 5, expresso em conceitos. Ele é o resultado da média ponderada do CPC (Conceito Preliminar de Curso), que avalia os cursos de graduação e obedece um ciclo de três anos, em combinação com o Enade, que mede o desempenho dos alunos. 

Fonte: Portal Uol Educação

OITO INSTITUIÇÕES CEARENSES TÊM NOTA INSATISFATÓRIA EM AVALIAÇÃO DO MEC


No Ceará, oito instituições de ensino superior ficaram abaixo da média no Índice Geral de Cursos (IGC), publicado nesta quinta-feira, 17, pelo Ministério da Educação (MEC), no Diário Oficial da União. A avaliação considera a nota dos alunos no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), infraestrutura e qualidade do corpo docente das instituições.

As notas do IGC vão de 1 a 5. As universidades, faculdades e centro universitários que foram avaliadas com médias de 1 e 2 têm rendimento considerado insatisfatório. Com nota 4, a Universidade Federal do Ceará (UFC) obteve o melhor rendimento no índice do MEC.

As instituições cearenses com nota 2 foram: Faculdade Católica de Fortaleza, Faculdade Paraíso do Ceará, Instituto de Ensino Superior de Fortaleza, Faculdade de Ciências Humanas de Fortaleza, Faculdade de Ciências Tecnológicas de Fortaleza, Faculdade de Tecnologia Darcy Ribeiro, Faculdade Evolutivo e Faculdade Latino Americana de Educação.

Em dados gerais, 683 instituições tiveram notas baixas e serão submetidas ao governo federal para supervisão, com riscos até de descredenciamento. Já 158 escolas de ensino superior estão bem avaliadas, com nota 4 ou 5 IGC.

Fonte: Jornal O Povo

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

ANALFABETISMO CAI NO BRASIL, MAS AINDA É MAIOR QUE ZIMBÁBUE

A taxa de analfabetismo entre a população com 15 anos ou mais diminuiu 4 pontos percentuais entre 2000 e 2010, segundo os Indicadores Sociais Municipais do Censo Demográfico 2010, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira. O número caiu de 13,6% para 9,6%.
Na área urbana, o indicador passou de 10,2% para 7,3% da população. Já nas áreas rurais, ele teve uma melhora de 29,8% para 23,2%.

Nos Estados, a menor taxa de analfabetismo foi encontrada no Distrito Federal (3,5%) e a maior em Alagoas (24,3%).

As maiores quedas entre a população com 15 anos ou mais se deram no Norte (de 16,3% em 2000 para 11,2% em 2010) e no Nordeste (de 26,2% para 19,1%), mas também ocorreram reduções nas regiões Sul (de 7,7% para 5,1%), Sudeste (de 8,1% para 5,4%) e Centro-Oeste (de 10,8% para 7,2%).

Apesar do avanço, o índice de analfabetismo no Brasil ainda está acima do de muitos países. De acordo com dados de 2009 do Banco Mundial, a taxa de analfabetismo era de 8,14% no Zimbábue, país africano com PIB per capita igual a 5% do brasileiro.

A média mundial, segundo as estatísticas, foi de 16,32%. A menor taxa foi encontrada em Cuba (0,17%) e a maior no Chade (66,39%).

Editoria de Arte/Folhapress
Clique e compare você com as informações do país levantadas pelo Censo 2010
Clique e compare sua situação com as informações do restante do país levantadas pelo Censo em 2010



RENDA

Entre as crianças brasileiras de 10 a 14 anos, 3,9% ainda não estavam alfabetizadas em 2010, o que representa cerca de 671 mil crianças. Em 2000, o número deste contingente era de 1,2 milhão de crianças, ou 7,3% do total.

A pesquisa apurou que as crianças que vivem em famílias pobres demoram mais para serem alfabetizadas.
Considerando as crianças de 10 ou mais, o analfabetismo atinge 17,5% das que vivem em famílias com renda per capita de até um quarto do salário mínimo, 12,2% nas que vivem com renda de um quarto até meio salário, 10% nas de meio a um salário, e 3,5% nas de um a dois salários.

Editoria de Arte/Folhapress
Veja mapa interativo do Censo 2010
Veja mapa interativo do Censo 2010


Nas faixas seguintes, a taxa de analfabetismo prosseguiu em queda, passando de 1,2%, na classe de 2 a 3 salários mínimos, a 0,3%, na de 5 salários mínimos ou mais.

Na faixa entre 15 e 19 anos, a taxa de analfabetismo atingiu 2,2% em 2010, mostrando uma redução em relação a 2000, quando era de 5%.

Por outro lado, no contingente de pessoas de 65 anos ou mais, este indicador ainda é elevado, alcançando 29,4% da população nesta faixa de idade em 2010.


CENSO

Participaram do Censo 2010 cerca de 190 mil recenseadores, que visitaram os mais de 5.500 municípios brasileiros. Ao todo, foram entrevistados representantes de 67,5 milhões de domicílios no período de 1º de agosto a 31 de outubro --outras 899 mil residências foram consideradas fechadas.
Os primeiros dados da pesquisa, que identificou uma população de 190 milhões de pessoas, foram revelados em abril deste ano. Nesta quarta-feira, o IBGE divulgou dados consolidados e novos recortes nas estatísticas.

Fonte: Portal UOL Educação

ESTADOS NÃO CUMPREM LEI DO PISO NACIONAL PARA PROFESSORES

Aprovada há mais de três anos, a lei nacional do piso do magistério não é cumprida em pelo menos 17 das 27 unidades da Federação, informa a reportagem de Fábio Takahashi e Luiza Bandeira, publicada na edição desta quarta-feira da Folha .

A legislação prevê mínimo de R$ 1.187 a professores da educação básica pública, por 40 horas semanais, excluindo as gratificações.
A lei também assegura que os docentes passem ao menos 33% desse tempo fora das aulas para poderem atender aos estudantes e preparar aulas.

A regra visa melhorar as condições de trabalho dos docentes e atrair jovens mais bem preparados para o magistério.

O levantamento da Folha mostra que a jornada extra-classe é o ponto mais desrespeitado da lei: 15 Estados a descumprem, incluindo São Paulo, onde 17% da carga é fora da classe. Entre esses 15, quatro (MG, RS, PA e BA) também não pagam o mínimo salarial.

O ministério da Educação afirma que a lei deve ser aplicada imediatamente, mas que não pode obrigar Estados e municípios a isso.

A maior parte dos Estados que descumprem a lei disse que vai se adequar à regra.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação recomendou a seus sindicatos que entrem na Justiça.



Editoria de Arte/Folhapress

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA

Uma visão crítica da proclamação da República

Longe de ser um fato pontual, a instauração do novo modo de governo foi consequência de uma série de fatores. Confira como expor essa realidade aos alunos, privilegiando a visão da História como processo



Nas clássicas representações do golpe militar que marcou o fim da Monarquia no Brasil e o início da República, a imagem do marechal Deodoro da Fonseca (1827-1892), erguendo seu quepe cheio de glórias, é a que prevalece. No quadro de Henrique Bernardelli (1857-1936, mostrado à esquerda), o militar é propositadamente recuperado como a figura central, o representante maior dos ideais de liberdade associados ao novo período. Esses e outros retratos da época ajudaram a disseminar uma visão parcial do episódio, apagando outros personagens que desempenharam papel relevante na mudança. Iluminar esses grupos esquecidos é o ponto de partida para apresentar uma visão crítica da proclamação da República aos estudantes.

O ponto fundamental é esclarecer que, longe de ser um fato pontual, a instauração do novo modo de governo decorre de uma série de fatores que contribuíram para criar um cenário propício à República (veja o quadro abaixo). Expor essa realidade aos alunos, privilegiando a visão de processo histórico, permite um entendimento mais profundo da realidade política, econômica e social da época. Com base nessa revisão histórica, o próprio papel dos militares no episódio passa a ser relativizado, uma vez que outros agentes com importante função no gradativo enfraquecimento do antigo governo são trazidos à luz.

É possível, por exemplo, reavaliar o que de fato ocorreu no dia da proclamação. Em 14 de novembro de 1889, os republicanos fizeram circular o boato de que o governo imperial havia mandado prender Deodoro e o tenente-coronel Benjamin Constant, líder dos oficiais republicanos. O objetivo era instigar o marechal, um militar de prestígio, a comandar um golpe contra a monarquia. Deu certo: no dia 15, ele reuniu algumas tropas, que em seguida rumaram para o centro do Rio de Janeiro e depuseram os ministros de dom Pedro II.

O imperador, que estava em Petrópolis, a 72 quilômetros do Rio de Janeiro, retornou para a capital na tentativa de formar um novo ministério. Mas, ao receber um comunicado dos golpistas informando sobre a proclamação da República e pedindo que deixasse o país, não ofereceu resistência e partiu para a Europa. Tamanho era o temor de que o Império pudesse ser restaurado que o banimento da família real durou décadas: apenas em 1921 os herdeiros diretos do imperador deposto foram finalmente autorizados a pisar em solo brasileiro.

Vale discutir o peso da participação de Deodoro da Fonseca explicando alguns detalhes dos bastidores do acontecimento. Fosse ou não ele a figura central do fato, que não enfrentou praticamente nenhuma resistência - daí as representações não o mostrarem de espada em punho -, muito provavelmente a história teria o mesmo desfecho. Conte que o "herói da proclamação" fez parte do Estado monárquico e era funcionário de confiança de dom Pedro II. Relutou em instaurar o novo sistema e aderiu à causa dias antes.

No dia fatídico, ele saiu de casa praticamente carregado por seus companheiros - Deodoro estava doente, com problemas respiratórios. Cavalgou quase a contragosto, ameaçado pela ideia de que o governo imperial, ao saber dos boatos sobre a proclamação, pretendesse reorganizar a Guarda Nacional e fortalecer a polícia do Rio de Janeiro para se contrapor ao Exército. Foi o republicano José do Patrocínio que, horas mais tarde, dirigiu-se à Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, presidindo o ato solene de proclamação da República. Deodoro, a essa altura, estaria em casa, possivelmente assinando a carta que chegaria a seu amigo pessoal, o imperador Pedro II, informando, com grande pesar, o banimento da família real.

Fonte: Portal Nova Escola

Procuradoria recorre contra decisão da Justiça sobre Enem

O MPF (Ministério Público Federal) protocolou na noite de sexta-feira (11) um novo recurso para reverter a decisão do TRF-5 (Tribunal Regional Federal da 5ª Região) que anulou 14 questões da prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) para alunos do Colégio Christus, de Fortaleza (CE). O recurso foi encaminhado por meio da Procuradoria Regional da República da 5ª Região.

Os alunos do colégio cearense tiveram acesso antecipado a 14 questões do Enem por meio de uma apostila distribuída pela escola semanas antes da aplicação do exame. Os itens vazaram na fase de pré-testes da prova, da qual estudantes do Christus participaram em outubro do ano passado.

De acordo com o TRF-5, o recurso protocolado pela Procuradoria deverá ser julgado na sessão de quarta-feira (16). O MPF quer que essas questões sejam anuladas para todos os 4 milhões de candidatos que participaram do Enem. O órgão havia conseguido uma liminar na Justiça Federal para garantir essa situação, mas ela foi cassada no dia 4 de novembro por decisão do presidente do TRF-5 que decidiu pela anulação das questões apenas para os alunos do Christus, opção também defendida pelo MEC (Ministério da Educação).

Para o MEC, a decisão do TRF "fez justiça a um episódio circunscrito aos alunos do colégio de Fortaleza". De acordo com a assessoria da pasta, o ministério mantém o entendimento de que a extensão das medidas aos alunos do resto do país é "desnecessária e exagerada."

Fonte: Portal FOLHA.com

Em nota, pesquisadores da USP criticam operação de reintegração de posse da reitoria

Mais de 250 pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) divulgaram uma nota, na última sexta-feira (11) em que criticam a atuação da Polícia Militar na operação de reintegração de posse da reitoria da instituição, ocorrida na semana passada.

Segundo a nota, “nós, pesquisadores da Universidade de São Paulo, alunos de pós-graduação, mestres e doutores, repudiamos o fato de que a polícia militar ocupe, ou melhor, invada os espaços da política, na universidade e na sociedade como um todo”.

Leia a íntegra:

Nota pública de pesquisadores da Universidade de São Paulo sobre a crise da USP

Nós, pesquisadores da Universidade de São Paulo auto-organizados, viemos, por meio desta nota, divulgar o nosso posicionamento frente à recente crise da USP.

No dia 08 de novembro de 2011, vários grupamentos da polícia militar realizaram uma incursão violenta na Universidade de São Paulo, atendendo ao pedido de reintegração de posse requisitado pela reitoria e deferido pela Justiça. Durante essa ação, a moradia estudantil (CRUSP) foi sitiada com o uso de gás lacrimogêneo e um enorme aparato policial.

Paralelamente, as tropas da polícia levaram a cabo a desocupação do prédio da reitoria, impedindo que a imprensa acompanhasse os momentos decisivos da operação. Por fim, 73 estudantes foram presos, colocados nos ônibus da polícia, e encaminhados para o 91º DP, onde permaneceram retidos nos veículos, em condições precárias, por várias horas.

Ao contrário do que tem sido propagandeado pela grande mídia, a crise da USP, que culminou com essa brutal ocupação militar, não tem relação direta com a defesa ou proibição do uso de drogas no campus. Na verdade, o que está em jogo é a incapacidade das autoritárias estruturas de poder da universidade de admitir conflitos e permitir a efetiva participação da comunidade acadêmica nas decisões fundamentais da instituição.

Essas estruturas revelam a permanência na USP de dispositivos de poder forjados pela ditadura militar, entre os quais: a inexistência de eleições representativas para Reitor, a ingerência do Governo estadual nesse processo de escolha e a não-revogação do anacrônico regimento disciplinar de 1972.

Valendo-se desta estrutura, o atual reitor, não por acaso laureado pela ditadura militar, João Grandino Rodas, nos diversos cargos que ocupou, tem adotado medidas violentas: processos administrativos contra estudantes e funcionários, revistas policiais infundadas e recorrentes nos corredores das unidades e centros acadêmicos, vigilância sobre participantes de manifestações e intimidação generalizada.

Este problema não é um privilégio da USP. Tirando proveito do sentimento geral de insegurança, cuidadosamente manipulado, o Governo do Estado cerceia direitos civis fundamentais de toda sociedade. Para tanto, vale-se da polícia militar, ela própria uma instituição incompatível com o Estado Democrático de Direito, como instrumento de repressão a movimentos sociais, aos moradores da periferia, às ocupações de moradias, aos trabalhadores informais, entre outros.

Por tudo isso, nós, pesquisadores da Universidade de São Paulo, alunos de pós-graduação, mestres e doutores, repudiamos o fato de que a polícia militar ocupe, ou melhor, invada os espaços da política, na Universidade e na sociedade como um todo.

Fonte: Portal UOL Educação

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Ministro cita casos do Piauí como exemplos para todo o país


Teresina – O ministro da Educação, Fernando Haddad, chegou nesta quarta-feira, 9, ao Piauí, e ressaltou que o estado detém exemplos marcantes na educação brasileira. Ele citou o caso da Escola Municipal Casa Meio Norte, que visitou pela manhã, e onde foi recebido pelos alunos e direção da escola. A Meio Norte obteve pontuação de 6,6 no índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb) nos anos iniciais do ensino fundamental. Haddad citou também a escola Augustinho Brandão, em Cocal dos Alves, a 262 quilômetros de Teresina, que obteve recorde de premiação nas Olimpíadas de Matemática.

O ministro falou ainda da escola Dom Barreto, de Teresina, que teve melhor desempenho no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) de 2010. “O Piauí não é um estado que figure entre os de maior desenvolvimento econômico do país. Entretanto, suas lideranças fizeram a tarefa correta, pela melhoria da educação. O resultado é visível. Os indicadores provam. A minha visita aqui é uma homenagem aos professores e gestores educacionais.”

Acompanhado do governador do Piauí, Wilson Martins, e do senador Wellington Dias, Haddad viajou à tarde para Cocal dos Alves.
Fonte: Portal MEC

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Holanda - Governo mantém cerca de 650 programas educacionais para estrangeiros

                                              
                  


Sem a mesma popularidade da França ou Espanha, a Holanda também está entre os destinos dos brasileiros que querem estudar na Europa. Apesar de o holandês ser a língua oficial, a maior parte da população fala inglês com fluência, o que, em termos práticos, pode representar uma vantagem a estudantes que queiram embarcar para o país sem conhecer seu idioma. Além do mais, grande parte dos cursos no país é oferecida em inglês.

A qualidade do sistema educacional e os incentivos do governo holandês também são grandes atrativos para os estudantes internacionais. Atualmente, o país mantém mais de 650 programas educacionais desenvolvidos especialmente para estrangeiros. Há desde cursos rápidos, que duram algumas semanas, até programas de mestrado e doutorado com duração de até quatro anos.

Os estrangeiros podem optar por estudar nas áreas de agricultura, florestas e pesca; artes e humanidades; administração e gestão comercial; educação e formação de professores; engenharia; ciências ambientais; belas artes e artes aplicadas; direito; comunicação de massas e ciências da informação; matemática e ciência de computadores; ciências médicas; biologia; serviços, turismo e lazer; ciências sociais e comportamentais; transporte e comunicações; e planejamento e arquitetura urbana e regional.

Para a maior parte dos programas, é exigida a comprovação de conhecimento da língua inglesa (com nota mínima de 550 para o Tofel ou 5,5 para o Ielts) e, de acordo com a opção do estudante, uma comprovação do curso de bacharelado e, em alguns casos, comprovação de experiência profissional.

Não é tão caro estudar na Holanda, se comparado com a Inglaterra e os Estados Unidos. A maior parte das instituições de ensino superior neerlandesas são subsidiadas. As taxas anuais variam entre US$ 2.000 e US$ 15.000. Além disso, com base nos gastos com homestay, alimentação, transporte e extras, o custo médio mensal no país é de 1.100 euros.

Brasileiros que pretendem permanecer na Holanda por até 90 dias não precisam de visto. Para ingressar no país, basta ter um passaporte válido, passagem aérea com a data de retorno confirmada e comprovação de meios financeiros. Os estrangeiros com visto de estudo não podem exercer nenhuma atividade remunerada na Holanda. Aqueles que desrespeitarem as regras de migração, trabalhando clandestinamente, estarão sujeitos a todas as punições previstas pela lei holandesa, incluindo a deportação para seu país de origem.

Atrações fora da sala
Amsterdã, a capital oficial, é um dos destinos mais procurados pelos turistas, que certamente deverão se render ao transporte mais utilizado no país: a bicicleta. A cidade oferece diversidade cultural e de monumentos históricos. Tem como principais atrações o museu de Van Gogh, a casa de Anne Frank -onde a família judia se escondeu dos nazistas alemães durante a segunda guerra- e outros museus, bares e casas noturnas.

A localização geográfica da Holanda é um aspecto bastante favorável em relação à Europa. Do aeroporto de Schiphol, em Amsterdã, é possível chegar a Berlim, Londres ou Paris com apenas uma hora de vôo. A diversidade de culturas, opiniões e idéias está presente na cultura holandesa, que prega o respeito às diferenças como uma questão de integração e respeito com as minorias.

O país é cheio de canais e, em muitas de suas cidades, o transporte fluvial é um dos principais meios de exportação e importação, tendo como grande ícone o porto de Roterdã, um dos maiores do mundo. Essa é uma das razões pelas quais grande parte das empresas internacionais mantém uma base na Holanda, a exemplo da Shell, Philips, Heineken e KLM.

Sobe para 14 o número de questões anuladas do Enem no CE

O Inep (órgão ligado ao Ministério da Educação e responsável pelo Enem) informou na tarde desta segunda-feira que houve alterações na lista de questões do exame nacional que foram anuladas para os alunos do Colégio Christus de Fortaleza (CE). Agora passam a ser 14 as questões canceladas para esses estudantes.

O MEC informou nesta tarde que foram anuladas as seguintes questões do caderno amarelo do Enem: 25, 29, 33 e 34 (ciências humanas), 46, 50, 57 e 87 (ciências da natureza), 113 (linguagem) 141, 154, 173 e 180 (matemática).

O Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª região, em Recife, havia determinado no fim da semana passada a anulação de 13 questões para os alunos do Colégio Christus. Essas questões foram citadas na ação civil pública do Ministério Público Federal do Ceará, que solicitava o cancelamento da prova em todo o país ou a anulação desses itens para todos os alunos.

Inicialmente, a Justiça Federal do Ceará determinou a anulação das 13 para todos os alunos, mas o TRF depois reverteu a decisão e limitou a anulação dos itens para os alunos do Christus (639 no total) - que tiveram contato com as questões em um simulado do colégio dias antes do Enem.

Agora o MEC decidiu acrescentar duas questões ao total de anuladas e retirar uma - resultando nas 14 atuais.

"Foram mantidas 12 questões, mas teve uma outra que não era nem semelhante e por isso foi retirada (da lista de anuladas). E percebemos outras duas que eram parecidas e acrescentamos (às anuladas)", disse a presidente do Inep, Malvina Tuttman. Ela acrescenta que a decisão pela modificação aconteceu no fim da semana passada, após o MEC ter contato com alguns itens da investigação da Polícia Federal.

"Não vai haver problemas, pois temos um conjunto calibrado de questões. A nota técnica foi assinada por cinco especialistas do Brasil que não são do Inep. Nenhum estudante vai sair prejudicado", disse a presidente do órgão.

Fonte: Portal UOL Educação

Estudantes da USP dizem não ter responsabilidades por depredação de prédio ocupado


Os alunos também relatam ser responsáveis pelas pichações. "Todas mensagens políticas que integram o objetivo do movimento", diz Bruno, 25, estudante de Letras – que preferiu não ter o seu sobrenome divulgado.

Os demais danos no prédio, segundo Santos, são de autoria da própria polícia. "Além de terem quebrado portas e janelas ao entrarem no local, os policiais quebraram tudo. Até mesmo no momento em que todos os estudantes estavam sentados de cabeça baixa, por ordem dos próprios policias, só se escutava barulho de estilhaços de coisas", conta o aluno de Geografia.

Os estudantes também negaram a existência dos coquetéis, que, segundo os policiais, foram encontrados durante a revista do local. "Certeza que esses possíveis coquetéis foram implantados, até porque não houve nenhuma decisão coletiva para uso desse ou de qualquer outro explosivo", enfatiza João Denardi Machado, 20, estudante de História, que confirma apenas a existência de fogos de artifício. "Uma medida que recorremos para a comunicação, caso houvesse a ação policial."

Edvaldo Faria, coordenador da Central de Flagrantes da 3ª Delegacia da Seccional Oeste, negou as acusações de que os estudantes estão sofrendo perseguição política.

Apesar da acusação formal de depredação do patrimônio público, os estudantes que ocuparam a reitoria da USP (Universidade de São Paulo) por seis dias afirmaram não ter destruído o prédio. A destruição, segundo eles, foi feita pelos próprios policiais, durante a reintegração de posse realizada na madrugada da última terça-feira (8).

“Diferentemente da ocupação de 2007, neste ano, nós montamos uma equipe de segurança para garantir a integridade física do local", conta Pedro dos Santos, 27, estudante de Geografia. A ocupação, de acordo com ele, foi restrita ao térreo do prédio. "Os demais ambientes do prédio ficaram fechados durante todo o tempo, juntamente com todos os documentos da reitoria."

Mesmo diante da preocupação com o local, os estudantes assumem a responsabilidade de terem quebrado um dos portões do prédio – por onde eles invadiram o local, bem como pelas câmeras de segurança do térreo. "Medida para mantermos a segurança daqueles que aderiram ao movimento", apontou uma das estudantes detidas, que preferiu não divulgar o nome.

Os alunos também relatam ser responsáveis pelas pichações. "Todas mensagens políticas que integram o objetivo do movimento", diz Bruno, 25, estudante de Letras – que preferiu não ter o seu sobrenome divulgado.

Os demais danos no prédio, segundo Santos, são de autoria da própria polícia. "Além de terem quebrado portas e janelas ao entrarem no local, os policiais quebraram tudo. Até mesmo no momento em que todos os estudantes estavam sentados de cabeça baixa, por ordem dos próprios policias, só se escutava barulho de estilhaços de coisas", conta o aluno de Geografia.

Os estudantes também negaram a existência dos coquetéis, que, segundo os policiais, foram encontrados durante a revista do local. "Certeza que esses possíveis coquetéis foram implantados, até porque não houve nenhuma decisão coletiva para uso desse ou de qualquer outro explosivo", enfatiza João Denardi Machado, 20, estudante de História, que confirma apenas a existência de fogos de artifício. "Uma medida que recorremos para a comunicação, caso houvesse a ação policial."

Edvaldo Faria, coordenador da Central de Flagrantes da 3ª Delegacia da Seccional Oeste, negou as acusações de que os estudantes estão sofrendo perseguição política.


Fonte: Portal UOL Educação

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Justiça prorroga prazo para desocupação da reitoria; USP admite discutir convênio com PM

Os alunos ocupam o prédio da reitoria desde a madrugada da última quarta-feira (2), em manifestação contra a presença da Polícia Militar na Cidade Universitária e contra processos administrativos envolvendo funcionários da USP. Agora, o estudantes deverão fazer nova assembleia para discutir a decisão da Justiça. O encontro estava marcado para a próxima quarta-feira (9), mas pode ser adiantado.

Em nota oficial, a assessoria de imprensa da reitoria afirma que "os representantes da Comissão de Negociação da Reitoria se comprometeram a promover o restabelecimento da luz, internet e água do prédio enquanto os estudantes se comprometeram a limpar o local da ocupação e consertar os eventuais danos causados ao imóvel".

A reitoria da USP admitiu abrir negociação e discutir com alunos e trabalhadores da instituição o aperfeiçoamento e o detalhamento do convênio feito entre a universidade e a Polícia Militar.

Justiça prorroga data de desocupação de prédio da USP

A reitoria diz que foi agendada para a próxima terça-feira (8), uma reunião da comissão com os alunos, "condicionada, entretanto, à desocupação do prédio no prazo previsto". Devem ser analisados, por grupos separados, a questão dos processos administrativos disciplinares e a discussão sobre o convênio assinado entre a universidade e a PM.

"O segundo [grupo], que deverá contar com a participação de pesquisadores do Núcleo de Estudos da Violência e do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas, ambos da Universidade, tem como objetivo a discussão sobre o plano de trabalho que vai integrar o convênio assinado entre a Universidade e a Polícia Militar", diz a nota. "A constituição desses grupos e o início dos trabalhos também estão condicionados à desocupação do prédio da Reitoria."

Fonte: Portal UOL Educação

10% dos professores no país fazem 'bico'


Por volta de 266 mil professores da educação básica do país possuem uma segunda ocupação fora do ensino, um "bico", aponta estudo apresentado no mês passado pelos pesquisadores da USP Thiago Alves e José Marcelino de Rezende Pinto.

A informação é da reportagem de Fábio Takahashi e Elton Bezerra publicada na edição desta segunda-feira da Folha. A reportagem completa está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha.

Os professores com segunda ocupação representam 10,5% do magistério nacional, índice bem acima do da população brasileira (3,5% têm outro trabalho). O estudo usa a Pnad-IBGE e o Censo Escolar-MEC, ambos de 2009, e abrange as redes privada e pública.
Alguns dos mais frequentes "bicos" dos docentes são os de vendedores em lojas e os de funcionários em serviços de embelezamento.

Para os autores do estudo, a maior incidência do "bico" entre os professores está relacionada aos baixos salários.

Tanto o Ministério da Educação quanto os secretários estaduais admitem que os salários dos professores estão longe do ideal. Afirmam, porém, que têm melhorado.

Fonte: Folha.com


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Poesia: Versos A Uma Rosa Vermelha - Anderson Christofoletti

Boa Música - Jeito de Mato Com Letra - Paula Fernandes

Gerenciamento da Sala de Aula: Ameaçar, ameaçar, ameaçar e…não cumprir


Você já passou pela situação de ter de chamar a atenção de um aluno “indefinidamente” e ele nem dar a mínima para você ? Com certeza, nessa situação você chamou a atenção uma vez, depois duas, depois três e……nada do aluno fazer o que você pedia.

Na verdade demorei muito para aprender que, ao dar vários “avisos” eu estava, dando ao aluno um passe livre para que ele continuasse a fazer o errado.

Você já deve, também ter ouvido a seguinte pérola do aluno: “ não adianta mandar bilhete não, porque minha mãe não vai fazer nada comigo “.

No meu primeiro ano de magistério, lá estava eu ávida para aplicar tudo o que havia aprendido na Faculdade. Agora era a hora de colocar em prática tudo o que os teóricos e especialistas diziam que era apropriado para disciplinar os alunos mais afoitos.

Então o que eu fazia quando os ânimos começavam a ficar inflamados e a sala a sair do controle era pegar o giz de escrever e anotar no quadro o nome de quem estava bagunçando. Como segundo aviso, caso o aluno continuasse bagunçando , (claro que eles continuavam), eu fazia o quê? Uma MARCA ao lado do nome dele que já estava no quadro. E como terceiro aviso, caso ele ainda persistisse na bagunça (eles sempre persistiam), eu sempre encontrava uma outra mega maneira que não levava a nada.

Como eu logo descobri, esse “sistema” não funcionaria nunca. Quem iria intimidar-se com o nome no quadro ? Ou com uma marca ao lado do nome ? O aluno sempre esperava que eu fornecesse uma conseqüência , e na verdade o que eu dava para ele era um “ passe livre” para continuar bagunçando.

No final da aula, além de eu ter uma folha toda decorada e marcada com vários nomes eu ainda continuava com uma sala de aula toda desgovernada. Moral da estória: eu estava longe de saber o que devia fazer.

Depois de muito observar, tentar, testar, insistir, retroceder depois voltar, analisar os teóricos e os especialistas, constatei que não existe uma receita que se aplique a toda as situações. Cada indivíduo e cada situação, são únicos e, portanto exigirão soluções específicas.

Infelizmente, há muitos Educadores ávidos de soluções prontas, ficam eternamente em busca do “ Santo Graal da Sala de Aula” e se frustram dizendo que a teoria, que cursos, que idéias, que sugestões, nada funcionam.

O fato é que, TUDO contribui para criarmos o nosso próprio sistema de gerenciamento da sala de aula no que diz respeito a criar as conseqüências, as regras, o manejo da turma, a preparação das aulas, a seleção das estratégias e atividades.

Seja lá qual for a conseqüência que você tenha definido para inibir o comportamento desrespeitoso de um aluno, seja tirá-lo da sala de aula, seja fazê-lo apresentar um resumo da lição para todos da sala no intuíto de verificar o entendimento, seja chamar os Pais, acionar a Coordenação, fazê-lo copiar 100 vezes no caderno “ não farei mais isso” (ainda tem Professor que pede isso), o segredo é: aplicar a consequência IMEDIATAMENTE.

Isso mesmo, sem dar aviso, sem dar dica, sem ficar adulando ou ameaçando. A eficácia de qualquer sistema de gerenciamento da sala de aula envolve a seguinte premissa: cumpra, imediatamente, o que foi combinado. Nada de julgamentos, bate-boca, justificativas. Seja certeiro e cumpra a sentença.

Aqui vai um alerta: você não dará o aviso porque todas as consequências e regras já foram COMBINADAS. No início do ano é de praxe definirmos a “Constituição da Sala” ou “Combinados da Classe”, onde todos já sabem o que acontecerá em cada situação, ou regra que for infringida. Antes de aplicar a consequência o Professor sempre fará referência aos ” Combinados” (deixe as consequências por escrito sempre à mostra na sala de aula). Outro modo de aplicar a consequência é sempre antes perguntar para a classe o que foi combinado para aquela situação, deste modo o aluno a ser disciplinado tira o foco do Professor e se concentra na reparação do erro.

Faça a seguinte conta: Em uma sala com 30 alunos, cada um tem direito a receber até 3 avisos antes que o Professor tome alguma providência teremos então 90 momentos de bagunça até que o aluno receba a devida conseqüência pelos seus atos. Então a saída é: não dar aviso NENHUM.

Errado: “ Átila, fique quieto. Se eu tiver que ir até a sua carteira, você já sabe o que vou fazer, blá, blá, blá “

Correto: “ Átila, você está atrapalhando a sala de aula. Você ficará 15 minutos após a aula para finalizar suas tarefas”

Talvez a sua pergunta seja: “ A estória terminaria aí ” ? Provavelmente não. No entanto ao cessar em dar tantos avisos, ou de ficar ameaçando e não fazendo nada, o Professor estará contribuindo para criar uma atmosfera de paz.

Texto de Roseli Brito

Fonte: Portal SOS Professor

Como usar as redes sociais a seu favor nas aulas

Conheça a melhor forma de se relacionar com a turma nas redes sociais e saiba como o Facebook, o Orkut ou o Twitter podem ser aliados do processo de aprendizagem


Você sabe quantos de seus alunos possuem perfis no Orkut, no Facebook ou no Google +? Já experimentou fazer uso dessas redes sociais para disponibilizar materiais de apoio ou promover discussões online?


Cada vez mais cedo, as redes sociais passam a fazer parte do cotidiano dos alunos e essa é uma realidade imutável. Mais do que entreter, as redes podem se tornar ferramentas de interação valiosas para auxiliar no seu trabalho em sala de aula, desde que bem utilizadas. "O contato com os estudantes na internet ajuda o professor a conhecê-los melhor", afirma Betina von Staa, pesquisadora da divisão de Tecnologia Educacional da Positivo Informática. "Quando o professor sabe quais são os interesses dos jovens para os quais dá aulas, ele prepara aulas mais focadas e interessantes, que facilitam a aprendizagem", diz.

Se você optou por se relacionar com os alunos nas redes, já deve ter esbarrado em uma questão delicada: qual o limite da interação? O professor deve ou não criar um perfil profissional para se comunicar com os alunos? "Essa separação não existe no mundo real, o professor não deixa de ser professor fora de sala, por isso, não faz sentido ele ter dois perfis (um profissional e outro pessoal)", afirma Betina. "Os alunos querem ver os professores como eles são nas redes sociais".

Mas, é evidente que em uma rede social o professor não pode agir como se estivesse em um grupo de amigos íntimos. "O que não se pode perder de vista é o fato de que, nas redes sociais, o professor está se expondo para o mundo", afirma Maiko Spiess, sociólogo e pesquisador do Grupo de Estudos Sociais da Ciência e da Tecnologia, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Ele tem que se dar conta de que está em um espaço público frequentado por seus alunos". Por isso, no mundo virtual, os professores precisam continuar dando bons exemplos e devem se policiar para não comprometerem suas imagens perante os alunos. Os cuidados são de naturezas diversas, desde não cometer erros de ortografia até não colocar fotos comprometedoras nos álbuns. "O mais importante é fazer com que os professores se lembrem de que não existe tecnologia impermeável, mas comportamentos adequados nas redes", destaca Betina von Staa.

A seguir, listamos cinco formas de usar as redes sociais como aliada da aprendizagem e alguns cuidados a serem tomados:

1. Faça a mediação de grupos de estudo
Convidar os alunos de séries diferentes para participarem de grupos de estudo nas redes - separados por turma ou por escolas em que você dá aulas -, pode ajudá-lo a diagnosticar as dúvidas e os assuntos de interesse dos estudantes que podem ser trabalhados em sala de aula, de acordo com os conteúdos curriculares já planejados para cada série.

Os grupos no Facebook ou as comunidades do Orkut podem ser concebidos como espaços de troca de informações entre professor e estudantes, mas lembre-se: você é o mediador das discussões propostas e tem o papel de orientar os alunos.

Todos os participantes do grupo podem fazer uso do espaço para indicar links interessantes ou páginas de instituições que podem ajudar em seus estudos. "A colaboração entre os alunos proporciona o aprendizado fora de sala de aula e contribui para a construção conjunta do conhecimento" explica Spiess.
2. Disponibilize conteúdos extras para os alunos

As redes sociais são bons espaços para compartilhar com os alunos materiais multimídia, notícias de jornais e revistas, vídeos, músicas, trechos de filmes ou de peças de teatro que envolvam assuntos trabalhados em sala, de maneira complementar. "Os alunos passam muitas horas nas redes sociais, por isso, é mais fácil eles pararem para ver conteúdos compartilhados pelo professor no ambiente virtual", diz Spiess.

Esses recursos de apoio podem ser disponibilizados para os alunos nos grupos ou nos perfis sociais, mas não devem estar disponíveis apenas no Facebook ou no Orkut, porque alguns estudantes podem não fazer parte de nenhuma dessas redes. Para compartilhar materiais de apoio e exercícios sobre os conteúdos trabalhados em sala, é melhor utilizar espaços virtuais mais adequados, como a intranet da escola, o blog da turma ou do próprio professor.

3. Promova discussões e compartilhe bons exemplos
Aproveitar o tempo que os alunos passam na internet para promover debates interessantes sobre temas do cotidiano ajuda os alunos a desenvolverem o senso crítico e incentiva os mais tímidos a manifestarem suas opiniões. Instigue os estudantes a se manifestarem, propondo perguntas com base em notícias vistas nas redes, por exemplo. Essa pode ser uma boa forma de mantê-los em dia com as atualidades, sempre cobradas nos vestibulares.

4. Elabore um calendário de eventos
No Facebook, por meio de ferramentas como "Meu Calendário" e "Eventos", você pode recomendar à sua turma uma visita a uma exposição, a ida a uma peça de teatro ou ao cinema. Esses calendários das redes sociais também são utilizados para lembrar os alunos sobre as entregas de trabalhos e datas de avalições. Porém, vale lembrar: eles não podem ser a única fonte de informação sobre os eventos que acontecem na escola, em dias letivos.

5. Organize um chat para tirar dúvidas
Com alguns dias de antecedência, combine um horário com os alunos para tirar dúvidas sobre os conteúdos ministrados em sala de aula. Você pode usar os chats do
Facebook, do Google Talk, do MSN ou até mesmo organizar uma Twitcam para conversar com a turma - mas essa não pode ser a única forma de auxiliá-los nas questões que ainda não compreenderam.

A grande vantagem de fazer um chat para tirar dúvidas online é a facilidade de reunir os alunos em um mesmo lugar sem que haja a necessidade do deslocamento físico. "Assim que o tira dúvidas acaba, os alunos já podem voltar a estudar o conteúdo que estava sendo trabalhado", explica Spiess.

Cuidados a serem tomados nas redes

- Estabeleça previamente as regras do jogo
Nos grupos abertos na internet, não se costuma publicar um documento oficial com regras a serem seguidas pelos participantes. Este "código de conduta" geralmente é colocado na descrição dos próprios grupos. "Conforme as interações forem acontecendo, as regras podem ser alteradas", diz Spiess. "Além disso, começam a surgir lideranças dentro dos próprios grupos, que colaboram com os professores na gestão das comunidades". Com o tempo, os próprios usuários vão condenar os comportamentos que considerarem inadequados, como alunos que fazem comentários que não são relativos ao que está sendo discutidos ou spams.

- Não exclua os alunos que estão fora das redes sociais
Os conteúdos obrigatórios - como os exercícios que serão trabalhados em sala e alguns textos da bibliografia da disciplina - não podem estar apenas nas redes sociais (até mesmo porque legalmente, apenas pessoas com mais de 18 anos podem ter perfis na maioria das redes). "Os alunos que passam muito tempo conectados podem se utilizar desse álibi para convencer seus pais de que estão nas redes sociais porque seu professor pediu", alerta Betina.
A mesma regra vale para as aulas de reforço. A melhor solução para esses casos é o professor fazer um blog e disponibilizar os materiais didáticos nele ou ainda publicá-los na intranet da escola para os alunos conseguirem acessar o conteúdo recomendado por meio de uma fonte oficial.

Com relação aos pais, vale comunicá-los sobre a ação nas redes sociais durante as reuniões e apresentar o tipo de interação proposta com a turma.

Fonte: Revista Nova Escola