terça-feira, 29 de março de 2011

Como ensinar as irregularidades ortográficas

A ausência de regras ortográficas para algumas palavras faz com que as crianças (e muitos adultos) tenham dúvidas sobre como escrevê-las. A consulta ao dicionário e a produção de cartazes ajudam a turma a aprender como usar as grafias corretas com segurança

Camila Monroe 
Na Escola Projeto Vida, a professora Edivânia ajudou a turma a identificar palavras que fugiam às regularidades. Os alunos registraram todas elas em um cartaz. Edivânia acompanhou a frequência do uso do material até que os
estudantes memorizassem as grafias. Foto: Raoni Maddalena

Na Escola Projeto Vida, a professora Edivânia ajudou a turma a identificar palavras que fugiam às regularidades. Os alunos registraram todas elas em um cartaz. Edivânia acompanhou a frequência do uso do material até que os estudantes memorizassem as grafias.

"O omem saiu de caza e foi pacear de ônibus pela sidade." Essa frase, cheia de erros ortográficos, causa estranhamento para muitas pessoas, mas certamente não para você, professor. Muitos alunos já escreveram coisas parecidas, não? Mesmo trabalhando as regras de ortografia, como as que determinam o uso de R e RR, a turma continua grafando alguns termos de maneira equivocada. Natural. A Língua Portuguesa tem muitas palavras que não obedecem a nenhuma regra. A regularidade existe quando é possível prever a escrita de um termo sem nunca tê-lo visto graças a normas que se aplicam a todos ou a muitos casos - como ocorre com o uso do R em "carro". Já os termos irregulares - definição de Artur Gomes de Morais, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no livro Ortografia: Ensinar e Aprender - têm sua escrita justificada apenas pela tradição do uso ou pela origem das palavras. É o caso de "passear" e "casa", que aparecem no início desta reportagem, e de outras mais, como os casos a seguir:

- Som de S: Seguro, cidade, auxílio, cassino, piscina, cresça, giz, força e exceto.
- Som de G: Girafa, jiló, geração e jeito.
- Som de Z: Zebra, casa e exercício.  
- Som de X: Enxada e enchente.
- H inicial: Hora, homem e hino.
- Com disputa entre E e I e O e U em sílabas átonas que não estão no fim: Violino (que pode ser confundida com veolino), seguro (siguro), bonito (bunito) e tamborim (tamburim).
- Com disputa do L com o LH diante de certos ditongos: Julho (que pode ser confundida com julio), família (familha) e toalha (toália).
- Com alguns ditongos da escrita, que modificam a pronúncia: Caixa (que pode ser confundida com caxa), madeira (madera) e vassoura (vassora). Com a aprovação da Nova Reforma Ortográfica, que entrou em vigor em 2009, novas dificuldades surgiram. A exclusão do trema e do acento agudo em alguns casos, por exemplo, pode confundir quem está aprendendo a escrever. "As crianças vão questionar, por exemplo, por que 'frequente' é falado de um jeito e 'quente' de outro, mesmo ambas tendo a mesma grafia. Para aprender a forma correta, elas terão de memorizar", explica Beth Salum, doutora em Filologia em Língua Portuguesa e professora da Universidade de São Paulo (USP). Para ajudar a turma em tarefas como essas, nem pense em solicitar que escrevam repetidamente uma lista de palavras. Também não adianta planejar ditados - eles são úteis para avaliar o que está sendo aprendido, não para ensinar algo que ainda não se sabe. Existem duas atividades permanentes específicas para explorar bem a questão das irregularidades com os estudantes e ensiná-los a escrever com segurança e autonomia

Fonte: Revista Nova Escola

Avaliação da Educação - O acesso à escola melhorou. O desafio, agora, é a qualidade


Melhoramos os índices de Educação, mas ainda estamos longe de atingir um patamar ideal

Divulgado em dezembro de 2010, o resultado do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, sigla em inglês) destacou o Brasil entre os três países que mais melhoraram o desempenho em leitura. Mas a comemoração parou por aí. O incômodo 53º lugar, de um total de 65 nações, nos manteve no rodapé da lista. Nada surpreendente quando se analisa a batalha por melhorias no ensino, travada nos últimos 25 anos. Avançamos, mas estamos longe do ideal.

Nesse período, conquistas importantes foram alcançadas. Em 1985, 20% dos brasileiros entre 10 e 14 anos eram analfabetos. Atualmente, 2,5%. No quesito acesso, 97,6% dos jovens de 7 a 14 anos estão na escola, contra 80,1% em 1980. Ainda assim, a estatística merece tradução: 2,4% significam cerca de 700 mil crianças, que não poderiam estar excluídas.

As melhorias obtidas tiveram impulso depois da aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em 1996. Com ela, os municípios foram incumbidos de zelar pela Educação Infantil e os primeiros anos do Ensino Fundamental, segmento apontado como principal foco de atenção. E o governo federal se viu obrigado a estabelecer o primeiro Plano Nacional de Educação (PNE). Por outro lado, descumprimentos da mesma LDB explicam muito da timidez nos avanços. O PNE, por exemplo, deveria ter ficado pronto em 1997, mas entrou em vigor somente em 2001. Em dez anos de vigência, metas não foram atingidas devido a meandros legislativos da maioria dos municípios. Por fim, a falta de investimento ajudou a inibir mais conquistas, sobretudo no campo da qualidade.

Necessária, a descentralização das responsabilidades patinou no despreparo dos municípios. "Se a rede municipal não garante a alfabetização nos anos iniciais de estudo, o aluno carrega dificuldades para sempre", destaca Lúcia Fávero, diretora-executiva da Associação Parceiros da Educação. Avaliar o estudante o tempo todo é o caminho. "Ele precisa ser recuperado sempre, e não só depois que saem os resultados", completa. Para a diretora-executiva do movimento Todos Pela Educação, Priscila Cruz, falta foco. "É preciso desmontar os resultados para encontrar as camadas a serem corrigidas", afirma.

Gráfico Fábio Luca
* Apenas a Província de Xangai. Fonte Pisa 2010
Mesmo com essas deficiências, não há dúvidas de que priorizar o Ensino Fundamental foi um acerto estratégico. O maior avanço é recente: a ampliação do segmento de oito para nove anos. A mudança é um marco, pois aumenta a chance de que, aos 7 ou 8 anos, o aluno saiba ler e escrever. Mas fica o alerta: é preciso garantir a formação inicial e continuada do professor e investir nela.
Termômetros da qualidade, os indicadores de evasão e repetência continuam altos - ainda piores no Norte e Nordeste: 64% das crianças, em média, não conseguem terminar o Ensino Fundamental aos 14 anos. "Não se pode culpar o aluno por isso. A responsabilidade de ensinar bem é da escola, e o governo precisa ajudá-la nessa tarefa", diz Maria de Salete Silva, coordenadora de Educação do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil.

Gráfico Fábio Luca
 
Fonte: Revista Nova Escola
 

sexta-feira, 25 de março de 2011

Como fazer a inclusão

Infelizmente, a Universidade não prepara o Professor para lidar com essas crianças, por outro lado a Escola também não contempla, na formação continuada, dar conta desta questão e capacitar os Professores e Funcionários de Apoio para de fato tornar a inclusão uma realidade.
Mas de que inclusão estamos falando? Saiba que matricular a criança e fisicamente  garantir uma carteira dentro de uma sala de aula NÃO é inclusão ! Fazer a equivalência idade/série sem contemplar o devido apoio pedagógico também NÃO é inclusão. Tentar enquadrar a criança ou jovem no mesmo nível pedagógico que os demais alunos também JAMAIS será  inclusão.
Vivemos em um mundo real e por esta razão é preciso analisar o contexto atual em que estas crianças são recebidas: salas de aula lotadas, um único Professor, sem a devida capacitação para lidar com nenhum tipo de deficiência, a equivalência idade/série que acaba promovendo apenas a inclusão social, já que a criança ou jovem convive com outras crianças da mesma idade cronológica, porém há que atentar que a idade mental, dependendo da deficiência, não contemplaria nem mesmo esta “inclusão social”.
Ainda há a situação em que todos os anos muitas Escolas são surpreendidas com o recebimento de alunos com necessidades especiais (com paralisia cerebral, limítrofes, ou algum tipo de síndrome), sem que tivessem sido informadas de tal fato pelas famílias. Por outro lado, a família, com  receio de não conseguir a vaga, omite as reais necessidades da criança, deixando assim, a Escola sem subsídios para iniciar o trabalho pedagógico. Saiba que está situação é mais comum do que parece.

A SURPRESA:
Nos primeiros dias a Professora observa que aquela criança não interage com as demais crianças, demonstra comportamento diferente para a idade, e não se desenvolve no seu aprendizado. As tarefas que a criança realiza estão muito aquém do grupo, ou então a criança nada realiza em todo o período que fica na Escola. As notas estão sempre  abaixo do esperado, o comportamento é agressivo, ou indisciplinado,  desestabilizando  todo o grupo.

O QUE FAZER?
A família começa a cobrar os resultados da Escola e da Professora . A Escola por sua vez, não dispõe de informações, laudos e diretrizes que possam nortear o trabalho pedagógico.        Se você tem algum aluno nesta condição, aqui vão algumas sugestões que podem ajudar:
-      Convocar a família para uma Reunião e solicitar pos escrito: Avaliação Psicológica, Neurológica ou outras que julgar necessárias,
-      Dar um prazo para a família entregar o parecer médico na Escola,
-      Encaminhar o aluno para as terapias, caso a criança ainda não esteja realizando, conforme os laudos recebidos;
-     Solicitar cópia do Receituário para verificação de quais medicamentos o aluno faz uso, pois muitos deles ocasionam mudança de comportamento e    interferem na atenção, ocasionando lentidão de aprendizado e memória, bem como agitação,
-     Levantar, junto a família, qual é a rotina do aluno, pois os familiares de crianças especiais tendem a ser permissivos, assim eles crescem sem regras, disciplina ou boas maneiras;
-     Atualizar o prontuário do aluno com todo o registro (cópias) de diagnósticos de especialistas tais como: Neurologista, Psiquiatra, Psicólogo, Fonoaudiólogo, Psicopedagogo, Terapeuta Ocupacional e outros, conforme o caso;
-      Estude sobre a deficiência do seu aluno, aprenda sobre suas características e sintomas, de modo a saber detectar quais comportamentos acompanham determinada deficiência, para que você tenha mais elementos e possa distinguir o que é da doença e o que é falta de disciplina e educação ;
-     Solicite Relatórios periódicos das terapias que a criança estiver realizando, se possível  mantenha contato direto com o Especialista em questão;
-     Caso a família fique protelando indefinidamente as providências que o Professor solicitou, acione o Conselho Tutelar e alegue que a família está sendo negligente com as necessidades da criança.
Após tudo isso feito e levantado, chega  a hora de:
- criar plano de curso específico e bem variado  para as necessidades de cada aluno,  para isso consulte as Diretrizes Curriculares para Educação Especial e os PCNS.
- criar plano de rotina/disciplina para que a família implante no lar
- entrar em contato periódico com os profissionais que fazem a terapia do aluno para fazer o acompanhamento da evolução do mesmo.
- criar uma rotina na escola e sala de aula, o que exigirá paciência e persistência
- promover a inclusão social (com os demais alunos), física (adequar as instalações  físicas), pedagógica (atividades diferenciadas e focadas nas necessidades do aluno)
- na impossibilidade de realizar o que está sendo exposto, cobre do poder público o que estabelece a LDB no seu artigo 58 e 59
E então esse artigo foi útil para você ? Tem idéias e quer compartilhar ? Envie seus comentários.  No próximo artigo abordarei sobre Deficiência Intelectual.
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Leitura Sugerida:
- Nota Técnica – SEESP/GAB/NO. 11/2010 – Orientações para Atendimento Educacional Especializado
Sugestão de Filmes sobre Inclusão:
- Primeiro da Classe ( um homem com sindrome de Tourette torna-se Professor)
- Temple Grandim (autismo)
- O Milagre de Ann Sullivan  (auditivo)
- Como Estrelas na Terra – Toda Criança é Especial (Taare Zameen Par) (dislexia)

Texto: Roseli Brito

terça-feira, 22 de março de 2011

Professores terão bolsas para cursos de mestrado profissional a distância

O ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou nesta segunda-feira, 21, a concessão de bolsas de mestrado profissional a distância para professores da educação básica que lecionam em escolas públicas. O anúncio foi feito em cerimônia no Palácio do Planalto, onde a presidente da República, Dilma Rousseff, condecorou 11 educadoras com a medalha da Ordem Nacional do Mérito.

Concedidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), no âmbito da Universidade Aberta do Brasil (UAB), as bolsas exigem dos docentes, como contrapartida, o compromisso de continuar em exercício na rede pública por um período de cinco anos após a conclusão do mestrado. A medida, que será formalizada por meio de portaria do Ministério da Educação, a ser publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira, 22, faz parte de um conjunto de ações para elevar a qualidade da educação básica, definida pelo MEC como “área excepcionalmente priorizada”.

Segundo o ministro, a intenção é que as universidades reajam à provocação feita pelo MEC e ofereçam mais cursos. “Queremos garantir o prosseguimento do estudo do professor, agora com mais que uma especialização – com um mestrado”, explicou o ministro. Os docentes poderão acumular a bolsa com seus salários.

A cada mês de março, o benefício será liberado e terá vigência máxima de 24 meses. Existe, também, a possibilidade de concessão de bolsas para mestrados presenciais, desde que em cursos aprovados pela Capes e consideradas algumas situações de interesse específico do Estado.

O não cumprimento do compromisso de cinco anos de exercício em escola pública, após o curso de mestrado a distância, implicará a devolução dos recursos. As próprias instituições de ensino vão estabelecer seus critérios de seleção. “Nada impede, entretanto, que sejam reservadas vagas para professores que já estejam em exercício”, argumentou Haddad.

Pacote - Além das bolsas, outras iniciativas se destacam quando o assunto é a qualificação de professores da educação básica: a Universidade Aberta do Brasil (UAB) e a expansão das universidades e dos institutos federais. Estes últimos têm, inclusive, uma reserva de vagas para ser suprida em cursos de licenciatura em matemática, física, química e biologia. A preocupação em formar professores nessas áreas também é destacada na portaria que será publicada nesta terça.

Como principal meta de qualidade, o Brasil deve atingir a nota 6 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) até 2021. No ano de sua última aferição, em 2009, a média brasileira era de 4,6, numa escala que vai de zero a dez.

Fonte: Portal do MEC

segunda-feira, 21 de março de 2011

DICA DE SITE: evite os 100 erros mais comuns da Língua Portuguesa. Acesse e indique aos seus alunos e amigos!

Acesse o hotsite

Acidente nuclear: Quais são os efeitos da radiação no corpo humano?


Em física, radiação é a emissão de energia por meio de ondas. Determinados elementos químicos, por possuírem núcleos instáveis (quando não há equilíbrio entre as partículas que o formam), liberam raios do tipo gama, capazes de penetrar profundamente na matéria. É o caso dos combustíveis utilizados nas usinas nucleares, como o urânio e o plutônio.
Quando exposto a esse tipo de radiação, o corpo humano é afetado, sofrendo alterações até mesmo no DNA das células. “A radiação tem a capacidade de alterar a característica físico-química das células. As mais afetadas são as células com alta taxa de proliferação, como as reprodutivas e as da medula, que são mais radiossensíveis”, explica Giuseppe d´Ippólito, professor do Departamento de Diagnóstico por Imagem da Universidade Federal Paulista (Unifesp).
Os efeitos da radiação são classificados como agudos ou crônicos. Os crônicos se manifestam ao longo de anos após uma exposição não direta mas significativa de radiação. Já os agudos são imediatos. Ocorrem naqueles indivíduos que tiveram contato com material radioativo ou que se expuseram a grande quantidade de radioatividade.
Segundo Gilson Delgado, oncologista e professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), os efeitos agudos variam de queimaduras nas mucosas até alterações na produção do sangue, com rompimento das plaquetas (células que atuam na coagulação do sangue) e queda na resistência imunológica. "Esses efeitos são pouco comuns em acidentes em usinas, pois só ocorrem quando há uma exposição intensa e próxima”, explica.
No entanto, em eventos como o ocorrido no Japão, a radiação pode contaminar o ambiente por meio do vazamento de componentes radioativos. O risco passa a ser a entrada de material contaminado na cadeia alimentar humana, por meio do consumo da água, de vegetais ou de carne de animais mantidos com alimentação contaminada. “Com essa exposição frequente aparecem problemas crônicos como câncer de pulmão, de pele ou de sangue (leucemia), problemas na tireóide e esterilidade”, conta Delgado.
Pesquisadores apontam que as alterações no DNA das células podem se estender por gerações. Pesquisas recentes com netos de sobreviventes do ataque nuclear a Hiroshima (Japão), durante a Segunda Guerra Mundial, apontaram alta taxa de infertilidade. A explicação estaria no fato de que as células reprodutoras são muito sensíveis e especialmente afetadas pela radiação.
Incidentes nucleares são recentes na história. Por isso, ainda não é possível conhecer todos os efeitos que a radiação pode causar a longo prazo, nas próximas gerações. “Hoje, sabemos que, para quem é afetado, não existe tratamento possível. A radiação pode até sair do corpo, mas o efeito biológico não”, afirma Delgado.

Mitos da EDUCAÇÃO

A função mais importante da escola é formar cidadãos

Por que é um mito Não se pode desvalorizar a cultura escolar propriamente dita para dar mais importância a dimensões extracurriculares.

Por que derrubá-lo Não há como ser contra oferecer uma Educação integral aos estudantes e ensiná-los para a cidadania - ideia que começou a chegar à escola no fim do século 19. Nos últimos anos, inúmeros temas foram incorporados desenfreadamente ao currículo com esse objetivo. Porém isso não pode tomar mais tempo e energia dos professores do que atividades básicas, como a alfabetização e o ensino dos conteúdos de cada uma das disciplinas. Para dar conta dessa formação tão ampla, a articulação é o caminho. Outras instituições além da escola - como espaços culturais e asssociações comunitárias - podem contribuir com a aprendizagem de aspectos relacionados à cidadania e à cultura.

"As aprendizagens escolares são uma condição fundamental da cidadania. Ninguém é cidadão, de corpo inteiro, se não conhecer a língua e a história, a matemática e as ciências, a filosofia e as artes."
António Nóvoa, educador português e reitor da Universidade de Lisboa.

Fonte: Revista Nova Escola 

Federal do Ceará inicia novo curso de formação de gestores

A Universidade Federal do Ceará (UFC) realiza nesta sexta-feira, 18, a aula inaugural do seu segundo curso de formação continuada em conselhos escolares, fase 1. O curso é uma extensão universitária semipresencial, conta com 80 horas de duração e deve consumir quatro meses.

A formação é promovida em parceria com a Secretaria de Educação Básica (SEB) do Ministério da Educação, dentro do programa nacional de fortalecimento de conselhos escolares.

Foram selecionados 1220 técnicos e gestores das secretarias de educação, divididos em 15 turmas. Foram abertas 220 vagas a mais, devido à grande demanda.

No curso, serão ministrados os conteúdos dos cadernos que compõem o material didático elaborado pelo Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, disponíveis no Portal do MEC. A fase 1 do curso terá o conteúdo dos cadernos 1 a 5.

Os estudos buscam promover a gestão democrática, estimular os conselhos escolares a realizar projetos político-pedagógicos no âmbito da escola, de forma coletiva, e estimular a integração entre os conselhos escolares. Cabe aos conselhos participar da gestão administrativa, financeira e pedagógica da escola para assegurar a qualidade de ensino.

A aula inaugural acontece no auditório da pró-reitoria de graduação, Campus Pici, em Fortaleza. Na ocasião, serão entregues os certificados daqueles que concluíram as duas fases do curso em 2010. 

Fonte: http://portal.mec.gov.br/

sexta-feira, 18 de março de 2011

Arte Prática Pedagógica: Como preparar os alunos para ir ao teatro

Para a turma aproveitar ao máximo uma peça teatral, é importante iniciar em sala o trabalho de apreciação


"A arte necessita de conhecimento. E a observação da arte só poderá levar a um prazer verdadeiro se houver uma arte da observação." Essa é uma das ideias defendidas pelo dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956) que pode servir de inspiração para pensar em como fazer o trabalho em sala quando o assunto é linguagem teatral.

Apreciar, uma das competências básicas a ser desenvolvida na disciplina de Arte, não pode significar simplesmente levar a turma ao teatro (tal como olhar para um quadro, no caso das artes visuais, e escutar uma composição, no caso da música). Até os sinônimos atribuídos ao termo apreciação - julgamento, avaliação, juízo - apontam que se trata de algo mais reflexivo.

O foco do trabalho deve ser fazer as crianças desenvolverem um olhar e uma escuta atentos quando assistem a espetáculos. "Elas precisam perceber significados da obra em questão: o que há por trás dos gestos dos intérpretes, e dos outros elementos", diz Dirce de Carvalho, professora da Faculdade de Arte, Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) (leia a sequência didática).

Para que isso ocorra, a intervenção do professor é fundamental, o que não quer dizer que ele tenha de direcionar de maneira rígida o momento da fruição. "Os estudantes têm de ter espaço para construir percepções próprias a respeito do espetáculo e vivenciar a experiência com autonomia crítica. Apreciar não é sinônimo de gostar", diz Narciso Telles, professor do curso de Teatro e do Programa de pós-graduação em Arte da UFU. Em outras palavras, eles têm de construir ligações entre a manifestação artística e o repertório pessoal. E o papel do educador é fornecer elementos que provoquem questionamentos, inspirem reflexões e ampliem a visão da turma sobre o teatro em geral e a respeito da peça. Um trabalho que precisa ser feito antes de a trupe entrar em cena.

O que é bullying?

Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Mesmo sem uma denominação em português, é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato.

"É uma das formas de violência que mais cresce no mundo", afirma Cléo Fante, educadora e autora do livro Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz (224 págs., Ed. Verus, tel. (19) 4009-6868 ). Segundo a especialista, o bullying pode ocorrer em qualquer contexto social, como escolas, universidades, famílias, vizinhança e locais de trabalho. O que, à primeira vista, pode parecer um simples apelido inofensivo pode afetar emocional e fisicamente o alvo da ofensa.
Além de um possível isolamento ou queda do rendimento escolar, crianças e adolescentes que passam por humilhações racistas, difamatórias ou separatistas podem apresentar doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de trauma que influencie traços da personalidade. Em alguns casos extremos, o bullying chega a afetar o estado emocional do jovem de tal maneira que ele opte por soluções trágicas, como o suicídio.
 
Fonte:  Revista Nova Escola

quinta-feira, 17 de março de 2011

Formação do professor: Projetos de melhoria do ensino podem valer bolsa em Portugal

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em parceria com a Universidade de Coimbra, de Portugal, lança nesta quarta-feira, 16, a nova edição do Programa de Licenciaturas Internacionais Capes-UC, que seleciona projetos de melhoria do ensino e da qualidade na formação inicial de professores nas áreas de química, física, matemática, biologia, português, artes e educação física. As inscrições vão até o dia 28 de abril.

O objetivo é estimular o intercâmbio de estudantes de graduação em licenciaturas em nível de graduação-sanduíche, com apoio do Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras (GCUB). Os projetos de parceria institucional selecionados terão atividades iniciadas em setembro de 2011.

Modalidades de Apoio – Para os estudantes brasileiros de graduação, cujo período de permanência no exterior deve ser de 24 meses, os benefícios são seguro saúde e auxílio instalação, pagos em uma única vez, no Brasil; bolsa no valor de € 600 por mês, e passagem aérea.

O programa prevê, ainda, missões de trabalho, com duração mínima de dez e máxima de 30 dias, com o objetivo de facilitar a integração dos alunos à nova cultura universitária; ajustar as respectivas estruturas curriculares; acompanhar o desenvolvimento do projeto; avaliar os seus impactos; manter comunicação permanente entre as instituições envolvidas, e sistematizar informações a respeito do programa que possibilitem a geração de banco de dados.

Entre os benefícios estão seguro saúde e diárias, além de passagens aéreas de ida e volta, no trecho Brasil-Portugal. O número máximo de participantes é de duas pessoas por ano, incluindo o coordenador do projeto. Os recursos devem ser utilizados conforme previsto no Manual de concessão e prestação de contas de auxílio financeiro a pesquisador.

Serão apoiados até 30 projetos. Cada projeto poderá contemplar até sete estudantes, totalizando o número máximo de 210 estudantes.

Candidaturas – Para inscrição, as propostas devem ter caráter institucional e priorizar ações preferencialmente para um conjunto de cursos de licenciatura da respectiva instituição. Além disso, a instituição brasileira deve possuir acordo com a Universidade de Coimbra, em Portugal, e ser membro de rede de universidades com vocação para cooperação internacional. O coordenador deve ser um docente com título de doutor há pelo menos cinco anos, que detenha reconhecida competência na área e disponibilidade de tempo para as atividades acadêmicas e administrativas referentes ao projeto. A equipe deve ter, ainda, pelo menos outros dois docentes doutores.

Os bolsistas devem ter cursado dois semestres da graduação (licenciatura ou sistema de ciclos) nas áreas elencadas no edital, ter cursado todo o ensino médio e pelo menos dois anos do ensino fundamental em escolas públicas brasileiras e ter obtido aprovação integral nos estudos realizados.

Outros requisitos para inscrição encontram-se no edital.

Inscrição – As inscrições serão gratuitas e efetuadas por meio do preenchimento de formulários e envio de documentos discriminados no edital, exclusivamente via internet, pela página da Capes. A documentação complementar deverá ser incluída, obrigatoriamente, no ato do preenchimento da inscrição na internet, em arquivo eletrônico.

A seleção se desenvolverá em quatro fases, todas de caráter eliminatório, sendo elas verificação da consistência documental, análise de mérito, priorização das propostas e reunião conjunta. Os resultados serão divulgados em agosto deste ano.

Mais informações podem ser obtidas pelo endereço eletrônico cpro@capes.gov.br.
Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

Avaliação do professor: Prova para carreira docente será debatida com gestores

A prova nacional de concurso para o ingresso na carreira docente será debatida por técnicos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), nos fóruns promovidos pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), a partir da próxima sexta-feira, 18. O objetivo do Inep é apresentar aos gestores educacionais a prova e sua proposta de matriz de referência. Os encontros estão previstos para ocorrer em todos os estados, mais Distrito Federal, até o mês de abril.

A prova será realizada anualmente a partir de 2012 e, no início, selecionará profissionais para lecionar na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental. Para ressaltar a importância de obtenção de dados fidedignos para compor um quadro detalhado da educação básica nacional, a coleta de dados do Censo da Educação Básica também será abordada pela equipe do Inep.

A prova nacional de concurso para o ingresso na carreira docente foi instituída após uma série de reuniões com órgãos governamentais e entidades representativas da área educacional. Caberá a cada rede de ensino decidir pela adesão e pela forma de utilização dos resultados da prova.

O desempenho dos participantes poderá ser aproveitado de duas maneiras: integral, seguida da análise de títulos, ou parcial, no caso de a rede julgar ser necessária a aplicação de avaliações complementares. A forma da adesão será indicada nos próprios editais de concursos das redes. Os candidatos poderão se inscrever em todos os concursos que desejarem.

A rede que adotar a avaliação terá maior agilidade no preenchimento de cargos vagos de docentes e menos gastos com a realização de concursos. A implementação da prova também aumentará a qualidade das avaliações, pois a elaboração dos testes será baseada em uma matriz de referência atualizada periodicamente e construída a partir de um amplo processo de discussão entre especialistas de diversas áreas do conhecimento, que tem como ponto de partida a pesquisa e a reflexão sobre o perfil desejado para um ingressante na carreira docente no Brasil.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Retrato - Poema declamado por Cecília Meireles

Dia Nacional da Poesia


Poeta brasileiro homenageado com o dia da poesia


A poesia é a arte da linguagem humana, do gênero lírico, que expressa sentimento através do ritmo e da palavra cantada. Seus fins estéticos transformaram a forma usual da fala em recursos formais, através das rimas cadenciadas.
As poesias fazem adoração a alguém ou a algo, mas pode ser contextualizada dentro do gênero satírico também.
Existem três tipos de poesias: as existenciais, que retratam as experiências de vida, a morte, as angústias, a velhice e a solidão; as líricas, que trazem as emoções do autor; e a social, trazendo como temática principal as questões sociais e políticas.
A poesia ganhou um dia específico, sendo este criado em homenagem ao poeta brasileiro Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871), no dia de seu nascimento, 14 de março.
Castro Alves ficou conhecido como o “poeta dos escravos”, pois lutou grandemente pela abolição da escravidão. Além disso, era um grande defensor do sistema republicano de governo, onde o povo elege seu presidente através do voto direto e secreto.
Sua indignação quanto ao preconceito racial ficou registrada na poesia “Navio Negreiro”, chegando a fazer um protesto contra a situação em que viviam os negros. Mas seu primeiro poema que retratava a escravidão foi “A Canção do Africano”, publicado em A Primavera.
Cursou direito na faculdade do Recife e teve grande participação na vida política da Faculdade, nas sociedades estudantis, onde desde cedo recebera calorosas saudações.
Castro Alves era um jovem bonito, esbelto, de pele clara, com uma voz marcante e forte. Sua beleza o fez conquistar a admiração dos homens, mas principalmente as paixões das mulheres, que puderam ser registrados em seus versos, considerados mais tarde como os poemas líricos mais lindos do Brasil.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

CORTE NO MEC VAI SER DE R$ 1 BILHÃO EM 2011

Brasília. Do corte de R$ 50 bilhões no Orçamento anunciado pela equipe econômica do governo, R$ 1 bilhão deverá vir do Ministério da Educação (MEC), dos R$ 70 bilhões autorizados inicialmente para a pasta.
O MEC ainda não definiu quais dos seus programas perderão recursos, mas uma parte da conta ficará para as universidades federais.
Na semana passada, o secretário de Educação Superior da pasta, Luiz Cláudio Costa, pediu a reitores que avaliassem a possibilidade de cortar 10% dos recursos para custeio, como água, luz e assistência estudantil, e 50% do dinheiro destinado a diárias e passagens.
A decisão deixou contrariado o dirigente da Universidade Federal de Brasília (UnB). Em nota divulgada na semana passada no site da universidade, o reitor em exercício, João Batista de Sousa, afirma que o valor pode comprometer as atividades da instituição.
"É um valor alto, ainda mais se considerarmos que os recursos do governo já não são suficientes para manter as nossas atividades", afirma.
No MEC, o anúncio do corte de R$ 1 bilhão foi minimizado. O dinheiro deverá ser economizado com a redução de despesas de custeio, sem comprometer nenhum dos principais programas do ministério.
Nomeações garantidas
Apesar do corte, a pasta assegura que estão garantidas as nomeações para técnicos e professores de universidades.
A presidente Dilma Rousseff já assinou medida provisória (MP) permitindo a contratação de professores em caráter temporário para novas universidades ou unidades de instituições já existentes.
O MEC informou que essas vagas durarão no máximo dois anos e que ao final do período haverá concurso. O contingenciamento do Orçamento da Educação no ano passado foi maior do que o anunciado agora (cerca de R$ 2 bilhões), mas boa parte do dinheiro foi liberada ao longo do ano.
O Ministério prepara um plano de ampliação do ensino técnico e melhoria da qualidade do ensino médio. Uma das apostas é no ensino concomitante, isto é, alunos de ensino médio que frequentam a escola regular num turno farão curso técnico no outro. A intenção do governo é ter o Sistema S como principal parceiro.

Fonte:

quinta-feira, 3 de março de 2011

Relembrando as verdadeiras Marchinhas de Carnaval - Arquivo JN

LITERATURA

Canteiros (Música do Fagner baseada na obra de Cecília Meireles)
Quando penso em você fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa, menos a felicidade
Correm os meus dedos longos em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego já me traz contentamento
Pode ser até manhã, cedo claro feito dia
mas nada do que me dizem me faz sentir alegria
Eu só queria ter no mato um gosto de framboesa
Para correr entre os canteiros e esconder minha tristeza
Que eu ainda sou bem moço para tanta tristeza
E deixemos de coisa, cuidemos da vida,
Pois se não chega a morte ou coisa parecida
E nos arrasta moço, sem ter visto a vida.

Avaliação do professor: Prova será realizada todos os anos e adesão será voluntária

O Ministério da Educação publica nesta quinta-feira, 3, no Diário Oficial da União, portaria normativa que institui a prova nacional de concurso para o ingresso na carreira docente, que será realizada uma vez por ano, de forma descentralizada, em todas as unidades da Federação. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) será o responsável pela coordenação e aplicação da prova, prevista para 2012.

A participação do professor é voluntária. O uso dos resultados para seleção de docentes pelas redes estaduais, municipais e do Distrito Federal se dará por adesão ao exame. A realização da prova nacional tem uma série de objetivos. Entre eles, subsidiar as redes públicas de educação na realização de concurso para admissão de docentes e conferir parâmetros de auto-avaliação aos participantes.

A regulamentação da prova nacional de avaliação de professores, segundo o ministro Fernando Haddad, resulta de um pacto celebrado por entidades ligadas à formação de docentes em conjunto com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (Cnte) e o MEC.

A portaria também instituiu o comitê de governança, de caráter consultivo, vinculado ao Inep, que tem entre suas atribuições avaliar a matriz de referência da prova nacional, opinar sobre a periodicidade de atualização da matriz e sobre formas de adesão à prova.

Matriz – De acordo com a presidente do Inep, Malvina Tuttman, cerca de 70 especialistas em educação, convocados por chamada pública, elaboraram a proposta de matriz de referência da prova que será submetida ao comitê e colocada em consulta pública no sítio do Inep.

Quando a matriz for fechada – a previsão é que isso aconteça no final de março – o Inep começa construir um banco de itens elaborados por especialistas em educação, que serão convocados por chamada pública. Os itens serão testados para que a prova possa ser aplicada em 2012.

A realização da prova nacional de avaliação, segundo o ministro, integra um conjunto de ações do MEC que visa qualificar cada vez mais a formação dos educadores. O acesso à graduação em instituições públicas de ensino superior ou em particulares com bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni) ou com o Financiamento Estudantil (Fies), que agora pode ser quitado com atividade docente, fazem parte dessas ações.

A formação continuada, a definição do piso nacional para a categoria e a oferta de 30 mil bolsas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) em 2011, complementam a iniciativa. A bolsa do Pibid permite ao estudante de licenciatura fazer uma integração prática em escolas da educação básica nos dois últimos anos da graduação.

Ionice Lorenzoni

Formação do professor: Mais de 380 mil docentes da educação básica estão em cursos de graduação

Nada menos que 381.214 docentes da educação básica estão matriculados em cursos de graduação. O número resulta do cruzamento de dados do censo dos professores da educação básica com o censo dos estudantes da educação superior de 2009. Para não haver dupla contagem, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) fez o cruzamento usando o CPF dos educadores.

Dos 381.214 professores matriculados na educação superior, 206.610 fazem cursos presenciais e 174.604, educação a distância. Mais de 50% dos educadores estão em cursos de pedagogia – 192.965, seguido de letras (44.754), matemática (19.361) e história (14.478).

Fora das licenciaturas, o cruzamento dos censos revela que os cursos preferidos são direito, com 8.891 matrículas, administração (5.809) e serviço social (4.259), mas há também professores nas engenharias, na psicologia, entre outros.

Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, os dados surpreendem positivamente e mostram que os professores querem e estão em busca da graduação. O esforço para que todos os professores tenham formação superior, iniciado com o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), em 2007, segundo o ministro, repercutiu na categoria, nas universidades e nos gestores das redes. “Agora os resultados começam a se concretizar.”

Dados do Inep sobre a evolução da matrícula, do ingresso e da conclusão das licenciaturas, presenciais e a distância, em matemática, química, física e biologia, entre 2002 e 2009, mostram este quadro: em 2002, as matrículas nessas quatro áreas do conhecimento somaram 167,9 mil; em 2009, subiram para 248,7 mil. No mesmo período, ingressaram 64,5 mil estudantes (2002) e 83,4 mil (2009). Os concluintes em 2002 somaram 21,6 mil e em 2009, 39,8 mil.

O aumento da qualificação registrado no censo escolar, segundo o ministro, resulta de um conjunto de ações de estímulo, das quais destacam-se a criação da Universidade Aberta do Brasil (UAB), que tem polos nas 27 unidades da Federação, o Programa Universidade para Todos (ProUni), a expansão dos campi das instituições federais de ensino superior, além da criação de novas universidades federais e dos institutos de educação, ciência e tecnologia.

Ionice Lorenzoni