domingo, 11 de setembro de 2011

Craque em matemática

Para se destacar em olimpíadas de matemática, o estudante Lucas Camelo, 17 anos, jura que não é preciso ser nenhum gênio. Ele diz que para se um aluno nota 10 é necessário apenas cultivar três palavrinhas: persistência, dedicação e organização. E olha que ele sabe o que fala, já que são sete anos de experiência no assunto. Confira a história do garoto!

Na época de escola, a gente tem que estudar tanto as matérias com as quais temos mais afinidade quanto aquelas que nos faz torcer o nariz. Geralmente, todo mundo se dá bem em literatura, português, língua estrangeira (se eu estiver errada, perdoem-me!) e arrisco, ainda, as demais opções na área de humanas como história, geografia e sociologia.

Agora, quando o assunto são exatas, tudo costuma ser bem diferente... Quem já não reclamou horrores das lições de matemática, física e química? E quem já não recebeu uma prova de uma dessas matérias com o coração batendo forte, morrendo de medo de tirar nota baixa? Pior é quando o professor não colabora e explica a matéria sem paixão. Certo?

No entanto, não adianta querer colocar a culpa só em quem conduz a aula. Assim é muito fácil e... injusto! Segundo o estudante Lucas Camelo, 17 anos, grande parte dos bons resultados nas áreas mais temidas depende do nível de envolvimento do aluno.

Vocês devem estar pensando: "ah, ele diz isso porque deve ser crânio, daqueles que ficam o tempo todo estudando". Não, galera. Lucas fala com a experiência de quem, há sete anos, se dedica à matemática, mas que continua também levando a vida como qualquer garoto de sua idade. "Não deixo de sair com os meus amigos", garante.

O estudante conta que foi aos 10 anos que começou a se sentir mais atraído pela matemática e resolveu frequentar as aulas de olimpíadas que, segundo ele, são mais interessantes e desafiadoras. Com o tempo, foi se familiarizando com aquela multidão de números e fórmulas e se destacando em provas locais. Até que começou a competir em outras cidades do país e até no exterior!

Lá fora, teve oportunidade de fazer provas na Argentina, Holanda, Romênia e até no Cazaquistão. E, o mais legal é que, em cada viagem, não são só os testes que importam. A oportunidade de conhecer outras culturas são uma experiência e tanto!

"Esses eventos duram, em geral, de seis a 10 dias. Os mais especiais foram na Holanda e no Cazaquistão, onde participei de olimpíadas super concorridas e pude conhecer pessoas de mais de 100 países, além de um pouco da cultura local".

Lá fora, o que Lucas mais curte é conhecer os diferentes hábitos alimentares. " Na Holanda, a gente provou várias panquecas e doces locais. Além disso, os habitantes de lá adoram batatas fritas. No Cazaquistão, comemos bastante carne de cavalo, comida típica. Lá também visitei uma praça que tinha estátuas de ursos decorados de acordo com as características de cada país. O urso brasileiro era que nem um índio!"

Outra lembrança inesquecível de Lucas também tem a ver com o Cazaquistão. "Enquanto a gente visitava um vilarejo, descobrimos um grupo de camponeses que não falava uma palavra sequer de português, mas sabia os nomes de todos os jogadores da seleção brasileira de futebol", conta.

O maior desafio enfrentado pelo garoto foi ser selecionado para participar da Olimpíada do Cone-Sul. "Eu já havia tentado participar da olimpíada duas vezes, sendo rejeitado em ambas. Na terceira tentativa, última a qual eu tinha direito, fui selecionado. Como resultado, obtive uma medalha de ouro, a única do Brasil nos últimos quatro anos".

Gostou do exemplo do rapaz? Ele dá o segredo para o sucesso em qualquer matéria: persistência, dedicação e organização. Todo dia, Lucas estuda. É sagrado. Agora, prepara-se para o vestibular (está no 3º ano), mas confessa que não decidiu ainda que curso fazer. A única certeza é que não quer ficar longe das ciências exatas.

´FIQUE ESPERTO!´
Processo de seleção de olimpíadas

Em geral, o aluno participa da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) através de sua escola (Níveis 1, 2 e 3) ou Universidade (Nível Universitário). A Olimpíada Brasileira de Matemática é uma competição aberta a todos os estudantes dos Ensinos Fundamental (a partir do 6ª ano), Médio e Universitário - tanto escolas públicas quanto privadas.

Em torno desta competição, a Sociedade Brasileira de Matemática, em estreita cooperação com o IMPA, elaborou um projeto que visa empregar competições matemáticas como veículos para a melhoria do ensino no país, além de contribuir para a descoberta precoce de talentos em geral.

A primeira prova importante de um competidor começa justamente com a Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM). Ela é dividida em três níveis de acordo com a série do aluno e em três etapas eliminatórias, começando no mês de junho.

No fim, dos aproximadamente 350 mil estudantes que participam, em torno de 150 são premiados (50 por nível).

São distribuídas medalhas de ouro, prata e bronze, além de menções honrosas.

Em janeiro, todos os medalhistas do ano anterior são convidados a participar de um evento chamado "Semana Olímpica", onde podem se conhecer e trocar ideias.

Tanto a hospedagem como a alimentação são custeadas pela Olimpíada.

Finalmente, ao término da Semana Olímpica, são iniciadas as provas que selecionarão as equipes brasileiras para participar as olimpíadas do Cone-Sul, Ibero-Americana e Internacional de Matemática.

Esse ano, tais eventos foram realizados na Bolívia, Costa Rica e Holanda, respectivamente. As equipes participantes apresentam, no total, entre quatro e seis componentes.

Tanto as três olimpíadas como a OBM são divididas em dois dias de prova, compostas, cada uma, por três problemas discursivos a serem resolvidos em até quatro horas e meia.

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